Índios Pataxó ocupam fazenda em Açucena

Pataxó
Tribo alojada no Parque Rio Corrente pertence ao grupo do cacique Bayara

Cerca de 80 índios Pataxó, da aldeia de Carmésia, no Vale do Aço, ocupam o Parque Estadual do Rio Corrente, em Açucena, Leste de Minas Gerais, desde a manhã da última quinta-feira. Eles reivindicam a área para a criação de uma reserva indígena e prometem resistir à possíveis ações de reintegração de posse. A área do parque é objeto de discussão na Justiça, envolvendo um suposto posseiro. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) informou que, ciente das reivindicações da comunidade indígena, está realizando estudos técnicos e legais para conciliar as questões ambiental e social.

Os índios invasores pertencem ao grupo do cacique Bayara. Eles chegaram ao local em dois ônibus e um carro de passeio, por volta das 5 horas de quinta-feira. Desde então, os homens passam o dia armando barracas e vigiando o acampamento e as mulheres cozinhando em fogões improvisados. A barraca maior, e primeira a ser erguida em mutirão, foi a Kijene, sustentada por bambus e coberta com lona. Ela serve para proteger os alimentos e para os índios dormirem. Crianças e adolescentes estão entre a maioria dos invasores.

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Transposição do São Francisco. Uma obra desnecessária. Entrevista especial com João Suassuna

Envolvido em questões relativas ao Rio São Francisco há 15 anos, o pesquisador João Suassuna acaba de lançar o livro “A Transposição do Rio São Francisco na Perspectiva do Brasil Real”. A ideia da obra, segundo Suassuna, é esclarecer a existência do projeto para o centro-sul do país. Em entrevista à IHU On-Line, feita por telefone, o pesquisador fala a respeito da situação atual das obras do projeto. “O projeto da transposição do Rio São Francisco vai utilizar esses volumes para abastecer 12 milhões de pessoas no nordeste. Então, se já há um conflito, fisicamente será impossível a retirada desses volumes para o abastecimento do povo”, lamenta.

Preocupado com o agravamento do processo de desertificação da região nordeste, Suassuna constata que no núcleo de Cabrobró, já existe um deserto praticamente formado, isso pela retirada da vegetação da caatinga para o fabrico de carvão. Este será um impacto crucial, e inclusive já está acontecendo. Sobre as possíveis obras de revitalização do rio, Suassuna garante que tudo não passa de falácia. “O governo Lula deveria apostar todas as suas fichas na revitalização, no replantio de árvores e na reconstrução de matas ciliares, que não existem mais”, diz.

João Suassuna é engenheiro-agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife. (mais…)

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História e Histórias dos Guarani

Entre os dias 12 de agosto a 14 de outubro, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU realizará o Seminário Jogue Roayvu: História e Histórias dos Guarani, que debaterá sobre a sociedade guarani no sul do Brasil. Uma das palestrantes é a Profa. Dra. Maria Cristina Bohn Martins. Segundo ela, “estudar e compreender estas sociedades é um desafio e uma necessidade”, pois os guaranis “fizeram parte da história das regiões que hoje constituem o sul da América do Sul muito antes que os atuais Estados Nacionais aí existissem”. Em entrevista, por email, à IHU On-Line, Maria Cristina falou sobre o tema do evento.

Confira a entrevista. (mais…)

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Nota do Conselho Indígena de Roraima sobre matéria da Folha de São Paulo

A coordenação do CIR tomou conhecimento através da reportagem da Folha de São Paulo da existência de um suposto relatório da ABIN com informações inteiramente inverídicas a respeito da atuação do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Mais uma vez, como durante a fase final do julgamento no STF da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, são lançadas contra o CIR denúncias sobre formação de milícias armadas e pretensões de criar uma nação indígena independente no Brasil.

Estas acusações são totalmente infundadas, como mostra a história de mais de trinta anos de luta pacífica dos povos indígenas de Roraima pelos seus territórios tradicionais, em que a violência sempre partiu dos invasores e grupos contrários ao movimento indígena. Neste período ocorreram mais de vinte assassinatos de lideranças indígenas e a atuação de pistoleiros a serviço de fazendeiros e arrozeiros, promovendo queima de aldeias, destruição de pontes, lançamento de bombas contra um posto da Polícia Federal, chegando a bloquear os acessos à cidade de Boa Vista por vários dias, conforme noticiado pela própria Folha de São Paulo em diversas ocasiões.
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Em pleno sec. XXI o trabalho escravo resiste também no Sul e no Sudeste

PEC do Trabalho Escravo

Trabalho escravo resiste também no Sul e no Sudeste – Num barracão de 11 metros por 3 metros, sujo e improvisado, 19 beliches estão amontoados da entrada até os fundos. Há apenas duas janelas e uma porta de compensado de madeira numa das extremidades. Mesmo durante o dia, o ambiente fica na penumbra. O telhado é de zinco. Não há luz elétrica, banheiro ou qualquer tipo de aquecimento. No inverno, as temperaturas chegam quase a zero grau. Banhos são num vão de terra a céu aberto onde escorre um fio d”água gelada ou num quadrado improvisado com lona e sem porta. À noite, como não há colchões para todos, alguns dividem a mesma cama. Pelo menos dois adolescentes dormem com adultos.

Foi assim que integrantes do Ministério Público e da Procuradoria Regional do Trabalho do Paraná encontraram, no início deste mês, um alojamento de trabalhadores rurais contratados para podar uma plantação de pinheiros pinus numa fazenda na cidade de Palmas, no sudoeste do Paraná. Reportagem de Marcos de Moura e Souza, de Palmas (Paraná) e São Paulo, no Valor Econômico.

A área pertence à Madepar S.A. Indústria e Comércio (cujo nome fantasia é Madepar Agroflorestal). Ela integra um grupo ao qual pertencem a Madepar Papéis para Embalagem e a Madepar Laminados, todas sediadas no mesmo endereço na cidade de São Paulo.
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Belo Monte: um monstro financiado. Entrevista com Roland Widmer

O projeto da usina Hidrelétrica de Belo Monte tem sido chamado por alguns críticos de faraônico. E isso não é só pelo seu tamanho e potencial, mas também pelos custos que vai gerar. E quem vai pagar essa conta? Quem são os financiadores e que responsabilidades eles têm sobre os impactos que o projeto vão gerar? Essas são algumas das grandes questões apontadas por ambientalistas, economistas, indigenistas e outros estudiosos e pesquisadores. Recentemente, entidades que lutam contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte e suas consequências entregaram uma notificação aos financiadores da obra apontando que eles também têm responsabilidades sobre os danos que a obra vai causar. Segundo Roland Widmer, “a notificação informa que, no estado atual, o financiador se tornará responsável solidariamente por todos os danos ambientais que vierem a ocorrer, e que ele poderá ser responsabilizado por todos os custos decorrentes dos impactos sobre a fauna, flora e pessoas da região”.

Em entrevista, por email, à IHU On-Line, Widmer, que é coordenador do Programa Eco-Finanças da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, aborda o conteúdo da notificação que, por enquanto, só foi enviada ao BNDES. Os fundos de pensão e os Fundos de Investimento do FGTS receberão na próxima semana o mesmo documento. Widmer diz que “os riscos financeiros e socioambientais e os previsíveis impactos socioeconômicos negativos de Belo Monte apontam para um mau negócio”.
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Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma DHESCAS Brasil realiza missão em Caetité, BA

Integrantes do Projeto Relatores Nacionais em Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca) da Plataforma Dhesca Brasil estarão na Bahia de 27 a 30 deste mês de julho, numa Missão destinada a investigar denúncias sobre os impactos socioambientais negativos, causados pela mineração de urânio em Caetité, no sudoeste do Estado, apresentadas por trabalhadores, pela comunidade local e encaminhadas pelo Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania e pela Comissão Municipal de Meio Ambiente de Caetité à Rede Brasileira de Justiça Ambiental.

A Missão é composta pela socióloga Marijane Vieira Lisboa, doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP e Cecília Mello, doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Elas também participarão do Seminário sobre “Segurança, Saúde e Meio Ambiente”, no auditório do Campus VI da UNEB, no dia 28 próximo, evento integrado ao programa da Missão Caetité.

As Relatorias Nacionais em Dhesca são inspiradas nos Relatores da ONU e fazem a monitoração da situação dos direitos humanos no Brasil. Atuando em áreas temáticas, como alimentação, saúde, educação e meio ambiente, os relatores visitam locais onde existam violações aos direitos humanos, investigam denúncias e publicam relatórios com recomendações aos responsáveis, sejam de órgãos públicos ou da iniciativa privada. A Plataforma surgiu em 2001, como um capítulo da Plataforma Interamericana de Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento (PIDHDD) que, há mais de 20 anos, promove a troca de experiências entre organizações da sociedade civil de diversos países pela implementação dos direitos humanos.
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Seminário discute saúde da população negra e quilombola de Sergipe

Está marcado para amanhã (27) a abertura do II Seminário Estadual de Saúde da População Negra e da I Oficina de Atenção à Saúde da População Quilombola de Sergipe, Aracaju. Os encontros devem reunir profissionais da saúde para discutir a situação das populações negras e quilombolas com vista à promoção de políticas igualitárias de saúde.

Também serão definidas ações e estratégias prioritárias para a implementação e monitoramento das políticas de atenção à saúde, atualização dos profissionais, e troca de informações sobre as 15 comunidades quilombolas reconhecidas no Estado (outras 35 comunidades estão em fase de reconhecimento). Com organização da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), os eventos seguem até a próxima quinta-feira (29), no Hotel Parque dos Coqueiros, em Aracaju.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=49717

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Dia Mundial dos Manguezais chama atenção para destruição do ecossistema

Natasha Pitts

Nesta segunda-feira, 26 de julho, é comemorado o Dia Internacional de Defesa dos Manguezais. A data relembra a morte de um ativista do Greenpeace durante ações em defesa do ecossistema e chama atenção para as graves consequências sociais e ambientais causadas pela destruição do mangue. Ações de conscientização sobre a importância da preservação do ecossistema aconteceram hoje em todo o mundo.

O Dia Internacional de Defesa dos Manguezais é comemorado há 10 anos. A data de 26 de julho foi escolhida por marcar o dia da morte de Hayhow Daniel Nanoto, ativista do Greenpeace originário da Micronésia. Em 1998, Hayhow foi vitimado enquanto participava de protesto junto a organizações de base e ao Greenpeace Internacional. A escolha de uma data impulsionou movimentos socioambientais, organizações sociais e pescadores (as) de várias partes do mundo a lutarem pela preservação e conscientização sobre o valor do ecossistema.
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Uma homenagem: relembrando Atahualpa

Atahualpa ou Atahuallpa (quéchua Ataw Wallpa) (Quito, 20 de março de 1502 — Cajamarca, 26 de julho de 1533) foi o décimo terceiro e último Sapa Inca (Imperador) de Tahuantinsuyu, como era chamado o Império Inca.

Atahualpa era filho do Inca Huayna Capac com Tocto Pala, que fora uma princesa estrangeira (de Quito) que desposara o Inca Tupac Yupanqui, pai de Huayna e que do leito do pai passou para o do filho.

Por isto, o seu pai Huayna deixou-lhe como legado as terras de sua mãe (ao norte de Cuzco), designando seu meio irmão Huascar, como supa inca, fato que gerou a disputa sucessória pelo trono na qual Atahualpa, apoiado por grande exército e bons generais, venceu Huascar numa guerra sangrenta que durou vários anos.

Voltando para a cidade de Cuzco,a capital do império, para tomar posse do trono que recentemente conquistara, Atahualpa parou na cidade andina de Cajamarca, conduzindo um exército de cerca de 80000 guerreiros, quando foi traído e aprisionado pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro, no dia 16 de novembro de 1532.

O episódio ocorreu quando Atahualpa, depois de aceitar um convide de Pizarro para jantar e conversar, veio à praça principal de Cajamarca, trazendo apenas um pequeno contingente de guardas de honra. (mais…)

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