Brasil: caso de prova Juma/REDD na Amazônia

[WRM – Word Rainforest Movement] Atualmente, a iniciativa de Redução de Emissões do Desflorestamento e Degradação Florestal (REDD) é um conjunto de propostas e alguns programas piloto. No entanto, está sendo fortemente impulsionada e a uma velocidade impressionante tanto dentro quanto fora das Nações Unidas com o intuito de incluir a captura de carbono por uma floresta na variedade de mecanismos para licenças e compensações de carbono.

Durante os últimos dois anos, têm proliferado propostas e planos nacionais para os projetos REDD envolvendo governos, organizações multilaterais, grandes ONGs e corporações. O Banco Mundial e governos do Norte como a Noruega, Austrália e Grã Bretanha criaram um significativo fundo de cerca de $800 milhões para financiar os projetos REDD.

No Brasil, o Projeto da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma, no sudeste do estado do Amazonas, no município de Novo Aripuanã, é o primeiro projeto brasileiro que envolve REDD e já recebeu o selo CCB (Padrões Clima, Comunidade, e Biodiversidade) no Brasil, emitida pela auditora alemã Tüv Süd. (mais…)

Ler Mais

Justiça atende MPF e determina continuidade da demarcação de terras indígenas em MS

Municípios queriam nulidade do termo de ajustamento de conduta firmado entre MPF e Funai, que determinou estudos antropológicos em Mato Grosso do Sul

A Justiça Federal concordou com os argumentos do Ministério Público Federal (MPF) e julgou improcedentes os pedidos de cinco municípios de Mato Grosso do Sul, que queriam a decretação de nulidade do termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre o MPF e a Fundação Nacional do Índio (Funai), em novembro de 2007. O documento determina a realização de estudos antropológicos em 26 municípios da região sul do estado, para posterior demarcação de territórios de tradicional ocupação indígena. Também era pedida a suspensão das portarias de criação dos grupos técnicos que fariam os estudos.

A ação declaratória foi ajuizada pelos municípios de Tacuru, Sete Quedas, Naviraí, Iguatemi e Juti, sob os argumentos de que deveriam ter participação ativa no TAC – já que seriam atingidos pela eventual demarcação de terras indígenas – e que não havia sido respeitado o direito à ampla defesa.

Para o MPF, os estudos e o próprio TAC não podem ser anulados, pois derivam da Constituição Federal, que determinou, em 1988, que as demarcações de terras indígenas deveriam ser realizadas em até cinco anos, em todo o país. (mais…)

Ler Mais

Sem opções, desabrigados de Niterói voltam a morar nas áreas condenadas pela Defesa Civil

Três meses após as chuvas de abril, que mataram mais de 60 pessoas no estado do Rio, muitos desabrigados do município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, pensam em voltar a morar nas mesmas áreas de risco que tiveram que abandonar. Algumas pessoas já retornaram às antigas residências. O principal motivo, apontado pela maioria das pessoas que a Agência Brasil entrevistou, é a dificuldade para encontrar imóveis para locação que se encaixem no aluguel social de R$ 400 pago pelos governos estadual e municipal.

Uma das pessoas que pensam em voltar para a casa condenada pela Defesa Civil é a merendeira Cristina Silva, de 33 anos. Ela está abrigada com o marido e os três filhos no quartel da 3ª Brigada de Infantaria do Exército, em São Gonçalo (município vizinho de Niterói). Ela disse que já recebeu duas parcelas do aluguel social , mas não consegue encontrar um imóvel para alugar. Uma dificuldade que aumenta com a exigência dos proprietários que, para fechar contrato, costumam exigir pagamento antecipado de um valor equivalente a três meses de aluguel. “A gente vai ter que sair [do abrigo] dentro de um mês. Se eu não arrumei casa para alugar nesses três meses, como é que eu vou arrumar uma casa em um mês? Vou acabar tendo que voltar para minha casa”, disse resignada. (mais…)

Ler Mais

Xamãs, artesãos e mestres da cultura popular serão professores da UnB

Universidade será a primeira no Brasil a ter uma disciplina baseada nos saberes tradicionais. Aulas devem começar no próximo semestre

Ana Lúcia Moura – Da Secretaria de Comunicação da UnB

Benki Pianko é um grande especialista brasileiro em reflorestamento. Maniwa Kamayurá conhece em detalhes as técnicas de construção indígena. Lucely Pio é capaz de identificar com precisão qualquer planta do cerrado. Mas o conhecimento de nenhum deles veio das salas de aula. Eles aprenderam o ofício com o avô, com a avó, com o pai, com a mãe. E passam sua sabedoria aos mais novos, aos filhos, aos netos. Agora, vão ensinar o que aprenderam também aos alunos da Universidade de Brasília.

Benki, Maniwa e Lucely serão professores de uma disciplina de módulo livre que deve ser inaugurada no próximo semestre: Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais. Benki, que é mestre do povo indígena Ashaninka, no Acre, Maniwa, pajé e representante dos povos indígenas do Alto Xingu e Lucely, mestre raizeira da Comunidade Quilombola do Cedro, em Goiás, vão passar adiante o conhecimento acumulado durante mais de séculos nas comunidades onde cresceram e vivem até hoje. Benki e Maniwa são xamãs indígenas, líderes espirituais com funções e poderes ritualísticos. Lucely é mestre quilombola. (mais…)

Ler Mais