Reunirá estudiosos(as) de instituições nacionais e internacionais que lidam com o tema, pescadores(as) artesanais, gestores públicos, agentes não governamentais e representantes de comunidades inseridas em unidades de conservação (UCs) de uso sustentável pesqueiras, para debater aspectos atinentes à pesca artesanal em suas múltiplas dimensões. Serão privilegiadas questões relativas às UCs, mudanças climáticas e relações de gênero.
A pesca artesanal se destaca pela sua importância na produção de alimentos e na geração de emprego. Contudo, assentamentos humanos, atividades econômicas diversas e mudanças climáticas têm repercutido nas dinâmicas dos ambientes costeiros e ribeirinhos, com impactos negativos sobre a atividade pesqueira, a biodiversidade que a sustenta e os serviços ecossistêmicos prestados por esses ambientes. Apesar desse contexto, um conjunto de práticas edificadas por pescadores(as) evidencia a capacidade de resistência dessa população na busca de soluções. Atualmente, compondo o universo de respostas populares e governamentais, iniciativas como a criação de unidades de conservação ambiental (ex: Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável) têm revestido de ingredientes novos o cenário do planejamento e da gestão desses ambientes. Refletir sobre tais aspectos, conferindo ênfase às mudanças climáticas e relações de gênero no contexto das UCs, à luz de diferentes visões proporcionadas por uma pluralidade de atores, torna-se de grande relevância.
Nessa perspectiva, o seminário tem como objetivo geral debater aspectos atinentes à pesca artesanal, com ênfase nas questões ligadas a áreas protegidas, mudanças climáticas e relações de gênero, a partir das visões de estudiosos do tema, pescadores(as), gestores públicos, agentes não governamentais e representantes de comunidades inseridas em UCs. E com objetivos específicos, discutir sobre as diversas experiências populares e governamentais de gestão das UCs; refletir sobre os impactos oriundos das mudanças climáticas nos ambientes pesqueiros e na atividade da pesca artesanal, com foco nas UCs; refletir e discutir sobre as relações de gênero na pesca artesanal e a participação política das mulheres na implantação e gestão de UCs; oportunizar a apresentação de trabalhos acadêmicos sobre o tema e de relatos de experiências. de pescadores(as), de entidades de apoio à pesca artesanal e que lidam com a conservação ambiental em áreas protegidas.
Envolverá a realização de conferência, mesas redondas, apresentação de trabalhos científicos (comunicações orais e posters), relatos de experiências de pescadores(as) e grupos de discussão, privilegiando os temas: pesca artesanal e gênero; pesca artesanal e áreas protegidas de uso sustentável: territórios e conflitos; e pesca artesanal e mudanças climáticas. Pretende-se assim, a partir de diferentes visões, promover a integração entre os diversos atores na abordagem do tema; divulgar a produção científica recente; construir um documento a partir das discussões que ocorrerão no evento, com o objetivo de subsidiar políticas públicas, ações dos movimentos sociais dos pescadores(as) e o próprio debate sobre a temática abrangida pelo seminário; e estimular a realização de novos estudos e despertar o interesse de estudantes e pesquisadores sobre o tema.
A Programação do evento pode ser encontrada em http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=1512