A liberdade de expressão faz parte da nossa luta, assim como o direito à informação, mesmo quando polêmica, nem que seja como um desafio para refletirmos e firmamos ainda mais a nossa concepção de mundo. Tive sérias dúvidas quanto a postar ou não a entrevista abaixo. Decidi fazê-lo em nome do que afirmei acima. Penso que vale lê-la e avaliar tudo o que ela expressa. Permito-me apenas um comentário indireto, relembrando de cabeça uma frase atribuída a Marx, a respeito de seus seguidores: “De uma coisa tenho certeza; marxista eu não sou”. TP.
Por Valéria Nader, da Redação
A versão do Estatuto da Igualdade Racial recém aprovada pelo Senado foi bastante discutida nas últimas semanas. Tratando-se de um daqueles temas amplamente abordados tanto pelos grandes veículos de comunicação, como também por aqueles menores, mais alternativos e com um viés à esquerda, nem por isso as opiniões suscitadas são capazes de consolidar um entendimento mais fundamentado de questão tão complexa.
Deparamo-nos os leitores, essencialmente, com a visão daqueles que defendem as políticas afirmativas de inclusão, em contraposição àqueles que não as vêem como positivas, na medida em que reforçariam a ‘racialização’ da sociedade brasileira. A defesa das cotas para negros em universidades é o tópico em que se concentram os maiores esforços dos primeiros, como forma de se contrapor minimamente às injustiças históricas e arraigadas em um país de passado colonial e escravocrata. Os críticos à racialização não têm, por sua vez, espaço amplo e diversificado o suficiente para a apresentação de seus argumentos.
Ainda segundo Maestri, para a ideologia da igualdade racial não haveria mal na existência de opressores e oprimidos, desde que ambos os segmentos se caracterizassem pelo equilíbrio étnico. Confira entrevista exclusiva a seguir. (mais…)