Marcha de 5 mil sem-terra chega amanhã a Salvador

Os cerca de cinco mil militantes baianos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que participam de uma marcha entre as cidades de Feira de Santana e Salvador devem chegar amanhã à capital do Estado. Eles partiram há uma semana para percorrer os 108 quilômetros que separam as duas cidades pela BR-324, uma das estradas mais movimentadas da Bahia. A caminhada faz parte da programação do “Abril Vermelho”, a jornada de lutas do MST.

A reportagem é de Eliana Lima e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-04-2010.

Em Salvador, os manifestantes farão, no primeiro dia, um protesto em frente ao canteiro de obras do metrô no Acesso Norte, na Rótula do Abacaxi. Na terça, eles seguirão para o Centro Administrativo (CAB) para protestar na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O movimento pretende chamar a atenção para a necessidade de o governo acelerar a reforma agrária no País. A manifestação marca também os 14 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 19 trabalhadores foram mortos por policiais militares no dia 17 de abril de 1996. “Não podemos permitir que esse crime caia no esquecimento. É preciso que haja punição para os assassinos”, diz a diretora do MST Luci Barbosa.

A marcha também tem como objetivo chamar a atenção para a falta de estrutura nos assentamentos e a lentidão do governo em obter terras para assentar as famílias acampadas. Conforme a direção estadual do movimento, atualmente cerca de 25 mil famílias aguardam por assentamento no Estado.

Ocupação

Já no extremo sul baiano, no município de Eunápolis, um grupo de 400 militantes mantém, há uma semana, a ocupação da fazenda Barrinha, da Veracel Celulose S/A, que atua no plantio de eucalipto na região. Segundo um dos coordenadores do movimento, Márcio Matos, não há perspectivas de desocupação no lugar. Essa é a segunda vez que o MST invade a propriedade.

De acordo com Márcio, a ocupação tem como objetivo pressionar o governo, que paralisou a reforma agrária na região enquanto avança o plantio de eucalipto “sem licenciamento ambiental, sem zoneamento e sem planejamento”. O que, na opinião dele, reduz a área disponível para o plantio de alimento e não cria empregos. “Na melhor das hipóteses emprega uma mão de obra mais qualificada, originária de outros Estados”, diz.

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