Jovem Negro Vivo: campanha quer reduzir homicídios

No Brasil, 56.000 pessoas foram assassinadas, em 2012. Destas, 30.000 são jovens, e 77% são destes jovens, são negros

EBC

No Brasil, 56 mil pessoas foram assassinadas só no ano de 2012. Destas, 30 mil são jovens com idades entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. Devido a esses dados alarmantes, a Anistia Internacional lançou a campanha Jovem Negro Vivo, objetivando a redução do número de homicídios no Brasil.

A campanha visa romper com a indiferença, de parte da sociedade brasileira, com relação ao alto número de homicídios no Brasil, que é um dos países que mais mata no mundo. “Vivemos em uma situação que não é priorizada nem pelas autoridades políticas, para reduzir o número de homicídios e garantir um direito constitucional, que é o direito à vida, e nem por parte da sociedade que não coloca essa, como umas das principais questões do nosso país”, afirmou o assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello.

De acordo com ele, o racismo é presente e está mascarado: “ainda temos uma sociedade onde o racismo é muito presente e esse racismo produz essa indiferença, por parte da sociedade e do governo. Isso não é uma prioridade, não está em todas as capas dos jornais o assunto: “temos que proteger a nossa juventude, a juventude negra, principalmente”. É uma situação invisível e silenciosa por parte da sociedade”.

Diferentemente de outros países, a quantidade de pessoas assassinadas no Brasil é enorme. São poucos os países com um índice de violência como o do Brasil.

Alexandre Ciconello ressalta que as políticas públicas de segurança, hoje em dia, não são voltadas para reduzir os homicídios. A campanha tem como objetivo a redução de homicídios, principalmente dos jovens e pede ao governo que a política de segurança pública não seja o combate contra as drogas, que tem provocado muitas mortes, nesse direcionamento da política à guerra, como se tivessem um inimigo interno, e que priorizem políticas de reduções de homicídios.

A campanha está sendo veiculada em outros países, para chamar a atenção da comunidade internacional, para o que está acontecendo no Brasil: “temos que acabar com as diferenças, independente de onde você more, da cor da sua pele, da sua orientação sexual, para que possamos todos viver com dignidade”, afirma o assessor.

O Amazônia Brasileira conversou com o assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello, que explicou sobre as Campanhas “Queremos Ver os Jovens Vivos” e  “Jovem Negro Vivo”. Ouça a entrevista na íntegra no player no topo da matéria.

O programa Amazônia Brasileira vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 8h às 10h, pela Rádio Nacional da Amazônia e às 6h pela Rádio Nacional do Alto Solimões (horário local).

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