Filme mostra resistência de comunidades “engolidas” pela metrópole mineira.
“Não fomos nós que viemos pra cá. A cidade é que veio”, conta Maria Luzia Sindônio, do quilombo urbano dos Luízes. Este e outros depoimentos de quilombolas foram reunidos no documentário “Vozes da Resistência”, que será lançado na quinta-feira (8), no cine Humberto Mauro.
O filme conta a história de três comunidades de Belo Horizonte, o Luízes, Mangueiras e Manzo Ngunzo Kaiango, áreas consideradas quilombos urbanos. Apesar de se originarem de ex-escravos, as comunidades foram “engolidas” pela cidade, causando uma série de infrações a direitos.
A Defensoria Pública da União, produtora do filme, reuniu pela primeira vez a história e reivindicações destes quilombolas sobre a regularização fundiária. A direção é da servidora da Defensoria Pública da União em Belo Horizonte Zuleide Filgueiras e o argumento é do defensor Estêvão Ferreira Couto.
Seminário da resistência
Nos dias 6 e 7 de outubro, a Defensoria realizou o seminário “Vozes da Resistência – em defesa dos direitos dos quilombolas” para divulgar os direitos dos cidadãos que tenham se originado de quilombos. A atividade serviu também para tornar públicos os trabalhos feitos com quilombolas nos últimos anos.
Os debates contaram com a presença de defensores, juristas, professores universitários, quilombolas e representantes do governo de Minas Gerais e de Belo Horizonte. O evento aconteceu na terça e quarta-feira, de 9h às 17h, no Museu Histórico Abílio Barreto (Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim).
Lançamento de “Vozes da Resistência – os quilombos urbanos de Belo Horizonte”
Quando: quinta-feira (8), às 19h
Onde: Cine Humberto Mauro, Palácio das Artes
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Imagem: Existência do quilombo está registrado desde o séc. 19 | Foto: Daniel Cruz
Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.