Eduardo Viveiros de Castro: ‘O que se vê no Brasil hoje é uma ofensiva feroz contra os índios’

Antropólogo lança livro ‘Metafísicas canibais’ e expõe fotografias na mostra ‘Variações do corpo selvagem’

Por Guilherme Freitas, em O Globo

RIO – Certa vez, ao dar uma palestra em Manaus, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro deparou-se com uma plateia dividida entre cientistas e índios. Enquanto apresentava suas teses sobre o perspectivismo ameríndio, conceito desenvolvido a partir da cosmologia dos povos com que estudou na Amazônia, notou que a metade branca da plateia ia perdendo o interesse. No fim da palestra, diante do silêncio dos cientistas, uma índia pediu a palavra para alertá-los: “Vocês precisam prestar atenção ao que o professor aí está dizendo. Ele está dizendo o que a gente sempre disse”. (mais…)

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Em ‘A queda do céu’, Davi Kopenawa e Bruce Albert apresentam o pensamento yanomami

Parceria entre líder indígena e etnógrafo francês, obra impactou a antropologia com interlocução entre sistemas cosmopolíticos

Por Bolívar Torres, em O Globo

RIO — A parceria entre Davi Kopenawa, um xamã versado no mundo dos brancos, e Bruce Albert, um etnógrafo com longa familiaridade com seus anfitriões, começou com um completo mal-entendido. Então aprendiz da sua profissão, o francês conheceu o futuro líder yanomami quando este ainda trabalhava como intérprete da Funai, em 1978. Ambos tinham 20 e poucos anos e uma ideia distorcida um do outro: Albert ouvira falar de Kopenawa como um índio aculturado a serviço dos militares, enquanto Kopenawa ouvira rumores de que Albert seria um perigoso estrangeiro infiltrado nas terras de seu povo. As caricaturas cruzadas, porém, não demoraram para se desmanchar. Assim que se viram juntos em uma sessão xamânica, descobriram que compartilhavam o compromisso com os yanomami e o engajamento contra o garimpo dos brancos que exterminava a etnia. (mais…)

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MS – Guarani e Kaiowá retomam parte do tekoha Ñanderu Marangatu, em Antonio João

Informativo urgente de Aty Guasu

Hoje, 22 de agosto de 2015, mais de 300 indígenas Guarani e Kaiowa reocupam a parte do tekoha Ñanderu Marangatu, localizada no município de Antonio João, MS, Brasil.

A terra indígena tekoha Ñanderu Marangatu já foi demarcada e homologada pelo Presidente da República do Brasil em 2005, mas a posse da terra é bloqueada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As comunidades Guarani e Kaiowa foram despejadas do tekoha no dia 15/12/2005. (mais…)

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Entrevista Especial Adital: Médicos enfrentam setor privado e lançam contraofensiva pela saúde pública

Por Marcela Belchior, na Adital

Numa conjuntura nacional imersa numa ofensiva conservadora que tenta, por várias frentes, enfraquecer a Saúde pública e gratuita no Brasil e impor o interesse privado dos planos de saúde e outros mercados, uma iniciativa acaba de chegar para se somar à luta pela garantia do acesso médico a toda a população: a Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares. Nascida para se contrapor ao setor elitista da categoria médica, que pretende restringir o acesso à saúde a uma minoria, a entidade propõe ao debate público o retorno da natureza solidária dos profissionais da Medicina e o fortalecimento das políticas públicas do Estado para que todas e todos tenham acesso à saúde.

Para discutir o assunto, a Adital entrevistou Augusto Cezar, médico da família e integrante da Rede. Ele explica que uma das principais causas desse esforço coletivo é o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que vem sendo continuamente ameaçado pelo setor privado, sobretudo pelos planos de saúde, que se utilizam do poder do capital para orientar a atuação de parlamentares em nome da ampliação do mercado e o consequente enfraquecimento das políticas públicas do Estado na saúde. (mais…)

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“Essa Agenda Brasil é uma fraude. A prioridade absoluta deve ser tomar conta da rede urbana”. Entrevista especial com Carlos Lessa

“Falta ao Brasil protagonismo. Qual é o protagonismo urbano possível? Acredito que tem de haver uma discussão grande dentro do Brasil, mas acho — pode ser que eu esteja errado — que o sonho que unifica qualquer brasileiro da cidade é o de ter a casa própria, e temos de discutir isso em profundidade”, afirma o economista.

Por Patricia Fachin, em UHI On-Line

A crise econômica que anuncia a estagnação da indústria e até recessão, “não surpreende” e é consequência da opção de manter a economia ativa através do endividamento das famílias, afirma o economista Carlos Lessa em entrevista à IHU On-Line, concedida por telefone. “Há muito tempo eu achava que seria impossível segurar a economia brasileira da maneira que vinham tentando fazê-lo, ou seja, segurar a economia sem reconstruir um modelo de longo prazo para o país como um todo, sem ter uma visão de futuro, sem ter um projeto nacional”, diz. (mais…)

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UEMS tem o primeiro indígena formado em engenharia ambiental no Estado

Acadêmico é Guarani-Kaiwoá e quer ajudar no sistema de saneamento básico das aldeias

Por Rogério Vidmantas , no Capital News

O acadêmico Zenaldo Moreira Martins fez a defesa da sua monografia nesta sexta-feira na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Dourados, faltando agora apenas a colação de grau para ser oficialmente graduado em Engenharia Ambiental. O fato ganha ainda mais importância por Zenildo ser o primeiro indígena do Estado a conseguir o título.  (mais…)

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Manuela Picq: Deportada do Equador, jornalista brasileira chega no Rio

Por Gabriel Vasconcelos, da Folhapress/BemParaná

A acadêmica e jornalista brasileira Manuela Picq, 38, detida no último dia 13, em Quito, durante uma manifestação contrária ao governo do presidente equatoriano, Rafael Correa, chegou ao Brasil na manhã deste sábado (22), após ter seu visto cassado. Com um sorriso no rosto, ela foi recepcionada por amigos e pela mãe, a economista Lena Levinas, no Aeroporto do Galeão, no Rio.

Ao desembarcar, a jornalista voltou a criticar o governo do Equador. “É um Estado extrativista que tem vendido os recursos naturais para a China e oprimido os levantes indígenas”, disse a brasileira. “Há uma crise da esquerda em toda a América Latina. Mas aqui, mesmo com a Lava-Jato, vê-se um Estado de Direito atuante. No Equador, ministros que fizeram coisas piores permanecem em seus cargos com amplo domínio sobre o Judiciário”, comparou.

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