A Organização das Nações Unidas fez um apelo ao governo brasileiro para tomar medidas urgentes tendo em vista que pistoleiros cercaram diversas comunidades Guarani, ameaçando os índios com um ataque iminente.
Milhares de Guarani defendendo pedaços minúsculos das suas terras ancestrais estão vivendo com medo de serem expulsos pela força. Um porta-voz Guarani de uma comunidade, Tey’i Jusu, alertou que os pistoleiros estão fazendo patrulhas diárias, e que “pode ocorrer confronto a qualquer momento … É lutar e morrer pelas terras se for necessário.”
Diversos líderes Guarani já foram assassinados em decorrência da busca de retornarem a suas terras, roubadas deles há décadas e agora ocupadas por fazendas e plantações de soja, milho e cana de açúcar. Enquanto os fazendeiros lucram, os Guarani são forçados a suportar condições de vida deploráveis às margens de rodovias ou dentro de reservas superpovoadas onde o suicídio e a desnutrição são frequentes.
Novas imagens de vídeo mostram fazendeiros ameaçando policiais militares e agentes do governo e acusando-os de tentarem “trazer escondido” um homem Guarani de volta a suas terras.
A especialista em direitos dos povos indígenas das Nações Unidas, Sra. Victoria Tauli-Corpuz, pediu que os fazendeiros colocassem um fim à sua violência e sua “campanha pela disseminação de terror psicológico”.
Mais vídeos estão disponíveis no site de Voz Indígena, um novo projeto da Survival que traz a tecnologia de comunicação mais recente a comunidades indígenas remotas e permite que elas enviem mensagens de vídeo falando sobre suas vidas e a sua luta pela sobrevivência a uma audiência global em tempo real.
Os Guarani são uma das primeiras tribos a participar no projeto Voz Indígena e o descreveram como a “mais nova arma” na sua campanha pelas terras.
Junto com os Guarani, a Survival está pressionando o governo brasileiro para cumprir as suas obrigações legais de protege-los e demarcar as suas terras para o uso exclusivo deles, antes que mais vidas sejam perdidas.
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