Conselho de Missão entre Povos Indígenas – COMIN
Dezenas de famílias Kaingang retomaram seu território tradicional no município de Canela, no último dia 25. Esse território era reivindicado há muitos anos, inclusive já tendo sido atestado a ancestralidade Kaingang em um laudo independente feito no ano de 2008. Porém, nesse mesmo território foi criado um Parque Ambiental, chamado de Floresta Nacional de Canela. A ocupação feita pelos Kaingang trouxe a tona a presença indígena na região, antes ignorada, e também o estado de conservação do parque.
As lideranças Kaingang demonstram preocupação com o estado em que se encontra este território, pois se vê grandes perdas na mata nativa. Da vegetação presente no parque, grande parte são pinheiros-americanos e eucaliptos, árvores que não pertencem à mata nativa da região. Segundo as lideranças, a preservação ambiental foi tão pouco executada que não se percebe a presença de pássaros nativos, nem mesmo outras árvores que costumam existir junto com a araucária, como o cedro ou a jabuticabeira. Também é possível ver sinais de abandono do parque em sua estrutura. Encontram-se equipamentos e estruturas inutilizados.
Nesse sentido, os Kaingang colocam a presença indígena como garantia de proteção dos pinheiros que ainda são encontradas, bem como a possibilidade concreta de recuperação da flora e fauna nativa. Retomar esse território é uma questão urgente para os Kaingang, tendo que fazê-lo, segundo eles “antes que a terra adoeça”.
Nas fotos do local podem ser observadas as condições da área e as lideranças Kaingang que hoje lutam por esse território por seu povo, mas também pela natureza.
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Enviada a Combate Racismo Ambiental por Patira Ferreira.