Mais de 300 professores indígenas vão atuar nas aldeias do Pará

Municípios de Altamira, Capitão Poço, Oriximiná, Santarém e São Feliz do Xingu são mapeados para verificar as demandas da educação escolar indígena

Portal Amazônia*

Com a previsão de formar cerca de 300 professores para atuar na educação das aldeias do Pará, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) dará continuidade às formações iniciais de professores indígenas entre setembro e outubro. A informação é do coordenador de Educação Escolar Indígena da Seduc, Mydjere Kayapó.

Desde o dia 13 de abril, a Seduc faz um levantamento nos municípios de Altamira, Capitão Poço, Oriximiná, Santarém e São Feliz do Xingu, para identificar as demandas da educação escolar indígena. “Até o dia 27, os técnicos estão verificando a real situação nos municípios para vermos de que forma será ofertada esta formação do Magistério Indígena em 2015”, informou a liderança Kayapó.

Formação profissional

Segundo o técnico da Ceind Ivanildo Silva, o magistério indígena é ofertado pela Seduc desde 2011, e já formou 242 professores em seis polos (Altamira, Capitão Poço, Marabá, Oriximiná, Santarém e São Félix do Xingu), entre os anos de 2011 a 2013. O técnico João Gomes Neto, da Coordenação de Educação de Jovens e Adultos da Seduc, também apresentou os números do Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei), que já atendeu 3.742 jovens indígenas em 31 aldeias do Estado, entre 2011 e 2013. O programa, executado em módulos de 50 dias para blocos de disciplinas, na modalidade ensino médio, foi implantado para a educação indígena em 2011, em doze aldeias e 888 estudantes.

Entre 2012 a 2013, foi implantado em onze aldeias com 1.862 alunos e, em 2014, o sistema chegou a 992 alunos com a expansão para mais oito aldeias (Cachoeira do Takuara, Jaruarituba, Aningalzinho, Ipaupixuna, Bragança, Escrivão, Pukany e Barreirinha). A previsão é que um novo circuito atinja oito aldeias em 2015, com a matrícula a 22 alunos índios. As aldeias que receberão o Somei são: Rio das Tropas, Teles Pires, Carapanantuba, Moju, Paragominas e Tomé-Açu.

Durante a reunião, a presidente do CEE, Suely Menezes, apresentou o diagnóstico da educação escolar indígena no Pará com todas as demandas indígenas relacionadas à educação. As propostas serão encaminhadas aos integrantes do Fórum. “A gente vai discutindo os problemas e buscando soluções e agora estamos vivendo um momento especial em que se fechou um diagnóstico que será entregue para indicar políticas públicas que seriam importantes para a melhoria da educação indígena no Estado”, disse.

Para João Kayapó, que cumprimentou os participantes com uma saudação de sua etnia, a expectativa é as reuniões avancem na qualidade da educação escolar indígena. “Precisamos melhorar a qualidade do estudo para o povo indígena. Percebemos o avanço das tecnologias e precisamos também avançar nos estudos”, disse o líder que sugere um representante indígena no município para ser o articulador entre a Seduc e os alunos das aldeias. A reunião do Fórum também contou com Piná Tembé, de Santa Luzia do Pará, representantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará (IFPA), além de técnicos da Seduc e da CEE. O Fórum Permanente de Educação Escolar Indígena do Pará é constituído por mais de vinte instituições que ofertam ou atuam com a educação escolar indígena no Estado. Os encontros ocorrem uma vez por mês para discutir as propostas de melhorias na área.

*com informações da Agência Brasil.

Imagem: Professores indígenas (Foto: Rai Pontes/Ascom Seduc)

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