Milhares de peruanos protestam contra lei sobre trabalho juvenil

Da Agência Lusa

Cerca de 3 mil peruanos protestaram, nessa quinta-feira (18), no centro histórico de Lima, contra a nova lei de trabalho juvenil, que desencadeou uma série de críticas por excluir benefícios para jovens entre 18 anos e 24 anos.

Os manifestantes, convocados durante esta semana nas redes sociais, concentraram-se em uma praça, saindo depois para as ruas da capital, divididos em vários grupos. Alguns deles acabaram por se envolver em confrontos com agentes da Polícia Nacional.

Na maioria jovens universitários, representantes de partidos políticos e membros da oposição, os manifestantes levavam bandeiras e cartazes com mensagens reivindicando direitos de trabalho adquiridos.

“Que a crise seja paga pelos capitalistas, não pelo povo”, lia-se em alguns dos cartazes dos manifestantes, que gritavam slogans contra a lei que, segundo eles, viola tratados internacionais sobre proteção laboral.

Inicialmente, tentaram ir em direção à sede do Congresso, mas um cordão policial bloqueou a passagem, o que desencadeou confrontos com os agentes, montados a cavalo.

“É uma lei de escravidão”, disse uma jovem, acrescentando ter sido, junto com colegas, agredida pela polícia quando fazia uma marcha pacífica. (mais…)

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O problema da fome não é de falta de comida. É de distribuição de riqueza, por Leonardo Sakamoto

FomeLeonardo Sakamoto

O IBGE divulgou pesquisa, nesta quinta (18), apontando que a insegurança alimentar grave caiu de 6,9% dos domicílios (2004), passando a 5% (2009) até 3,2% (2013). Em 2009, eram 11,2 milhões de pessoas. Agora, 7,2 milhões.

Ainda é muita gente.

Nunca senti fome de verdade para poder entender de verdade e falar a respeito. Passar um dia ou dois dias sem comer por alguma catástrofe não conta. É diferente da dor sentida por aqueles que realmente não têm acesso a alimento e têm que ir para cama mais cedo encarar o ronco do sono para não encarar o ronco do estômago. Fome é sensação de ser comido por dentro, em uma angústia longa de rogar por ajuda, esperar por ajuda. E a ajuda não vir.

Os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e todo o pacote de ações públicas que vem com eles, e a geração de empregos merecem crédito pela redução. Mas esse processo ainda está lento demais. Pode soar demagógico, mas fome é algo que não se pode dar mais tempo.

Até porque o problema da fome no Brasil não é de falta e sim de distribuição. Há riqueza para todo mundo, a questão é distribuí-la.

A cantilena é antiga, mas garantir terra e, principalmente, condições de produção, com apoio técnico, irrigação e financiamento, e facilitar o escoamento das mercadorias é uma das soluções poderosas não pontuais para o problema na região rural. Sim, reforma agrária. (mais…)

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Vila Kennedy comemora Primeiro Encontro Cultural VilAtiva

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Francis Torres – Rio On Watch

No sábado dia 6 de dezembro, moradores da Vila Kennedy sediaram o encontro cultural VilAtiva, uma exposição diversificada de atividades artísticas e iniciativas da comunidade organizada pelos jovens membros do Coletivo VilAtiva.

Das 16h até pouco antes de meia noite, a Associação de Moradores de Quafa–uma comunidade dentro da Vila Kennedy–sediou várias atividades culturais organizadas por membros do coletivo.

Grafiteiros adornavam as paredes do edifício com murais coloridos enquanto músicos locais tocavam e um membro da VilAtiva vestida de roupas típicas de baianas distribuía comidas da culinária nordestina. Dentro do edifício, estilistas de um salão local ofereciam cortes de cabelo e maquiagens enquanto um ator profissional conduzia uma oficina de artes de teatro para jovens.

A medida que a multidão crescia, DJs locais começaram a tocar, seguidos por um concurso de dança. Mais tarde aquela noite, uma banda criou batidas ao vivo para uma batalha de rap entre MCs locais e convidados. Participantes convidados montaram uma exposição de fotografias e uma mesa de livros para trocas entre moradores da comunidade. (mais…)

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Direitos Indígenas: Territórios e Comunicação

Índios protestam na frente do Congresso Nacional contra adiamento das demarcações de terras indígenas
Índios protestam na frente do Congresso Nacional contra adiamento das demarcações de terras indígenas

Neste terceiro artigo da série sobre Comunicação e Direitos Humanos, o Intervozes traz à tona, em meio às repercussões da tentativa do Congresso Nacional de votar a PEC 215 e dos protestos contra a proposta, o debate sobre como os indígenas têm buscado exercer o direito à comunicação no país

Por Thais Brito* – Coletivo Intervozes

A defesa do princípio de que a comunicação é um direito humano implica na luta para garantir que todos e todas tenham não apenas a liberdade de expressão, mas também o acesso aos meios de produção e veiculação de informação e às condições técnicas e materiais para se comunicar. Há, ainda, um longo caminho a percorrer para que o direito humano à comunicação seja apropriado e exercido pelo conjunto da sociedade. Uma sociedade diversa, em que os distintos grupos possuem acesso em graus diferenciados aos meios.

No caso dos povos indígenas, o genocídio e o etnocídio sofridos ao longo da história faz com que o usufruto dos direitos fundamentais seja ainda mais difícil. Sem o direito aos seus territórios, a vida dos povos indígenas fica ameaçada. Então, esse é o primeiro desafio da questão indígena – demarcar os territórios e garantir a autonomia desses povos sobre suas terras. (mais…)

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Sabedoria indígena. O que os povos da Amazônia sabem, e nós não sabemos

Mark Plotkin participa de reunia?o com chefes indi?genas no Amazonas
Mark Plotkin participa de reunião com chefes indígenas no Amazonas

“A maior espécie e em maior risco de extinção da Floresta Amazônica não é a onça-pintada ou a harpia,” diz o etnobotânico Mark Plotkin: “são as tribos isoladas e não contatadas.” Em uma palestra vigorosa e equilibrada, ele nos leva ao mundo das tribos indígenas da floresta e às incríveis plantas medicinais que os xamãs usam para a cura

Tradução: Viviane Ferraz Matos. Revisão: Ruy Lopes Pereira – Brasil 247

Mark Plotkin é um dos principais etnobotânicos especializados na floresta amazônica. Nesta palestra, ele ressalta as mudanças e perigos que põem em sério risco de extinção as últimas tribos indígenas ainda não contatadas daquela região – e a sua sabedoria – e pede que protejamos esse repositório insubstituível de conhecimento.

“Ainda mais rápido do que está desaparecendo a floresta, está se extinguindo o povo da floresta”, diz Mark Plotkin ao explicar porque trabalha para a preservação tanto da floresta quanto dos seres humanos que a habitam. (mais…)

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