Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Há cerca de uma hora recebemos cópia de notícia da Cebraspo, publicada em A Nova Democracia, dando conta de que estaria acontecendo “um conflito armado na região do Rio Pardo, onde forças de segurança, inclusive a Força Nacional e ICMBio enfrentam com tiros mais de 500 camponeses que vivem e ocupam a região conhecida como APA Rio Pardo e Flona Nacional Bom Futuro, (…) distante da cidade de Buritis aproximadamente 100 km”. A denúncia acrescentava que um camponês havia sido ferido e estaria em poder dos policiais. E pedia a urgente “intervenção da Ouvidoria Agrária Nacional e de todas entidades de Direitos Humanos”. Ao final, informava que teria havido “morte no local”.
Publicamos a notícia (que pode ser vista abaixo), sob o título “RO – Denúncia de tiroteio entre Força Nacional, ICMBio e camponeses na APA Rio Pardo”, ao mesmo tempo em que buscávamos mais dados a respeito, inclusive para confirmar a morte noticiada e os integrantes do tiroteio. E eles vieram através de uma pessoa que nos acompanha e que trabalha na própria ICMBio, em Rondônia, cujo nome omitiremos. Postamos a seguir a notícia por ela enviada, publicada por Rondônia ao Vivo, seguida da informação inicial.
RIO PARDO – Policial da Força Nacional é morto em confronto
A morte de um policial da Força Nacional identificado como Luís Pedro de Souza Gomes aconteceu no início desta tarde (14) no distrito de Rio Pardo, distante cerca de 200 km da capital, quando houve um confronto entre policiais e moradores daquela região.
A vítima ainda foi socorrida por colegas de farda, porém devido à gravidade do ferimento acabou não resistindo.
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RO – Denúncia de tiroteio entre Força Nacional, ICMBio e camponeses na APA Rio Pardo
De Cebraspo, em A Nova Democracia
Neste momento ocorre um conflito armado na região do RIO PARDO (Região Norte do país) onde forças de segurança inclusive FORÇA NACIONAL e ICMBIO enfrentam com tiros mais de 500 camponeses que vivem e ocupam a região conhecida como APA – RIO PARDO e FLONA NACIONAL BOM FUTURO municípío de Porto Velho-RO distante da cidade de Buritis aproximadamente 100 km.
Hoje a FORÇA entrou na área e atirou em um campones que está em poder destes policiais e a população cercou estes policiais e querem explicação e uma solução urgente para o caso. URGENTE – intervenção da OUVIDORIA AGRÁRIA NACIONAL – e de todas entidades de DIREITOS HUMANOS para proibir e evitar que os DIREITOS HUMANOS fundamentais sejam violados que está sendo neste momento. Clama-se com URGÊNCIA que a mídia compareça no local para noticiar as atrocidades e violências perpetradas contra o POVO DE RIO PARDO. Estamos informados que houve morte no local.
associaçao dos trabalhadores rurais do vale do rio guaporeno estado de rondonia.vem mui.respeitosamente, e responsavelmente.lamentar,quantas divergencias,injurias,e contra o pt.pois o brasil,ja vai para quinhentos anos,e era invadido,a vida toda,pois temos historias de mais de 300 anos,que somos invadidos,e alguns disinformados,ainda tem a cara de dizer,que e o pt,pois o pt,tem 10 anos apenas,e ja autorizou,as forças armadas,e espulsarem,os americanos que esvam tomando tudo,em nomes dos sem terras,e dos quilombos,e dos indigenas fantasmas,pois isso e uma covardia,tao grande,em que os poderosos,quem comandam,essas absurdas,destruiçoes,sem ordem e a lei,e somente mortes,e destruiçoes,e quebradeiras,e invasoes,da nossas terras publicas da uniao,fizeram um cartel de negocios criminosos,nao tem mais jeito,noss muito obrigado,hermes cavalheiro
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a acÃo policial segundo testimunha foi tÃo cruel e agressiva que os trabalhadores sairan de controle e partiran pra agressÃo pra se defeder das pancadas deferidas por policiais por telefone fui informado sobre ameaca e atos de vandalismo de policiais no posto de gasolina de rio pardo local aonde a orden judicial nÃo menciona repressÕes.
Tânia, estou a disposição.
Grande abraço.
Aline,
desculpe não ter respondido antes, mas foi impossível. Acabo de olhar no Mapa de Conflitos e este caso está lamentavelmente parado no tempo e no espaço. Na verdade, as informações sobre ele são ainda de dezembro de 2009 e, embora ultra sumárias (estávamos começando a trabalhar a metodologia, e os pesquisadores ainda tateavam um pouco as questões), de fato dão a entender, além da justa resistência dos moradores originais, sucessivas invasões por parte de pecuaristas e madeireiros.
Aliás, a ficha é falha, pois menciona povos indígenas mas não se refere a eles ao relatar o conflito.
Se você se dispuser, gostaríamos de poder contar com teu conhecimento para ajudar a atualizá-la. É possível?
Abraço,
Tania.
Querem expulsar as pessoas da região para que? Para fazer igual a FLONA JAMARI que foi entregue para madeireiras estrangeiras explorarem a região? Essa é a lógica do governo do PT, expulsar as pessoas e privilegiar as empresas estrangeiras.
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Tania,
Eu não sou da ala super conservacionista, trabalho e me importo muito com as comunidades tradicionais, entretanto é justamente sobre a questão dos moradores desta APA e dos invasores desta Flona que gostaria que ninguém tirasse conclusão sem se informar sobre o histórico de ocupação da área.
A floresta Nacional do Bom Futuro, de responsabilidade hoje do ICMBio, foi criada pelo governo federal em 1988 e possuía 280 mil hectares. Após sucessivas invasões, em 2010 ela foi desmembrada. A área reservada à Flona diminuiu para 97 mil hectares, sendo que o restante das terras foi transformada na APA do Rio Pardo, e as pessoas foram transferidas para essa APA, que hoje é de responsabilidade do Governo do Estado de Rondônia – Sedam.
Em setembro de 2012, uma ordem judicial foi expedida pela 5ª Vara Federal ordenando que as 13 famílias que estavam de novo dentro da Flona fossem retiradas. Na ocasião também houve uma operação de retirada, já que os moradores não cumpriram o prazo de desocupação pacífica. Depois disso outras invasões ocorreram na Flona, sendo que a maioria dessas pessoas já não eram nem os primeiros invasores. Assim, para tentar garantir o que restou da área que deveria ser protegida, foram realizadas muitas ações de fiscalização para retirada destes invasores, que eram sim informados que a área era uma Unidade de Conservação, as placas de sinalização da UC foram constantemente esburacadas com tiros, quando não roubadas, tentou-se de tudo, os projetos de reflorestamento tiveram que ser abortados depois de sucessivas sabotagens, os módulos de experimentos com mudas de plantas nativas foram queimados por eles. Enfim, vejam o perfil destas pessoas, não são população tradicional, são invasores. E ainda assim, receberam terra em troca da invadia, e como esse foi um bom negócio para eles, querem toda a área da Bom Futuro. Como podem ver, muito antes desses conflitos desta semana a situação já não era favorável ao meio ambiente, neste caso a conservação já vem perdendo feio essa guerra, que hoje infelizmente ainda ocasionou a morte de um policial militar. E ainda mobiliza muita gente nessa contenção de danos. Muito dinheiro público já foi gasto, muitas vidas de servidores públicos colocadas em risco, com constantes ameaças, e tudo mais.
Concordo que esse é o momento nacional de protestos, que é bom chamarmos a atenção para as questões de reforma agraria e justiça ambiental, entretanto, não acho que este caso específico seja o de discussão do conservacionismo versus povos originários e populações tradicionais.
Abraço.
Aline,
temos todo o cuidado em verificar, sempre. E tivemos, inclusive, cuidado ao veicular a notícia inicial.
Não temos medo de errar, mas fazemos questão de corrigir qualquer equívoco, assim que soubermos que isso aconteceu.
Se você verificar, tivemos todo o cuidado em não tirar conclusões, na primeira matéria, informando que se tratava de denúncias.
Agora, quanto à questão dos moradores da APA e da Flona Bom Futuro, aí já entramos na discussão do conservacionismo versus povos originários e populações tradicionais, e eu tiro a roupa de ativista do blog e viro coordenadora do Mapa de Conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde np Brasil.
Bom feriadão, se você tiver (eu não terei),
Tania.
agora que percebi que havia colocado o link errado.
Segue o que contem um pouco mais de informações.
Verifiquem antes de tirar conclusões.
Esperamos sim que os direitos humanos apareçam. E que o direito ao bem público ambiental seja respeitado.
http://m.g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2013/11/militar-da-forca-nacional-morre-em-confronto-na-floresta-bom-futuro.html
Por favor, verifiquem estas informações que vcs estão publicando, cuidado com a má vinculação de notícias. E desde terça feira esta ocorrendo uma operação de desintrução na flona. A vítima nesta caso é o Estado, sim.
http://rondoniaovivo.com/noticias/rio-pardo-policial-da-forca-nacional-e-morto-em-confronto/108133#.UoUnnPmTj9V
A informação foi recebida e postada de forma cuidadosa. Se você desejasse educadamente desmenti-la, inclusive informando os links dos “sites da região” que estariam com a notícia correta, iríamos verificar e, sendo o caso, corrigir o post, como fizemos em outros momentos. Como sua atitude não foi bem essa, sinta-se à vontade…
Que reportagem mais desinformada, quem morreu foi um Policial Militar, e aí o Direitos Humanos vai na casa desse Policial? São bando de Maloqueiros, sem futuros. Antes esse site tinha mais credibilidade, agora eu vi, que não há nenhuma. Olha os sites da região antes de postarem merdas.