Índios procurarm cursos de pós-graduação para entender melhor sua realidade

Indígenas buscam soluções para problemas enfrentados nas aldeias. UnB oferece programa elaborado especialmente para esse público

Choque de culturas: Maria Elenir Coroaia estudou de que maneira as políticas públicas de saúde interferiram em importantes tradições dos Kaigang no Rio Grande do Sul (FOTO: Edi­lson Rodrigues)

Marcela Ulhoa

“Na prática, nós somos os novos indigenistas.” A fala é de Alfredo Wapixana, natural da aldeia Nova Esperança, em Roraima. Aos 46 anos, o indígena comemora a conquista, na semana passada, do título de mestre pela Universidade de Brasília (UnB), qualificação que abrirá muitas e importantes portas. “O mestrado e o doutorado nos dão condições de atuar nas políticas públicas, discutir ações e programas com o governo federal. Não precisamos mais de um intermediário, nós mesmos podemos lutar pelos interesses das nossas comunidades”, explica. Wapixana tem horror à ideia de tutela e acredita que a formação acadêmica o ajuda a mostrar para a sociedade que ele é um cidadão universal em seus direitos e deveres, ao mesmo tempo que reforça o orgulho em relação a sua etnia. (mais…)

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Carnavais latino-americanos mesclam tradições indígenas e africanas

Leandra Felipe, da EBC*

Os carnavais latino-americanos mesclam as tradições indígenas das civilizações pré-hispânicas com os costumes da população afrodescendente dos países da região. Alguns recebem até influência do carnaval brasileiro, considerado o maior do mundo. De um modo geral, os carnavais latino-americanos foram trazidos pelos colonizadores – na América Hispânica – pela Coroa espanhola, assim como o brasileiro chegou com os portugueses.

Nas colônias, as festas foram assimilando elementos das culturas locais, das civilizações pré-hispânicas e de comunidades que vieram depois, como os afrodescendentes. Para analistas ouvidos pela Agência Brasil, apesar das diferentes influências regionais, o carnaval na América Latina carrega uma mensagem “homogênea”.

“O carnaval é um evento que se realiza no tempo e no espaço. Independentemente das mudanças regionais, nas festas, há uma relação distinta entre as pessoas, que implica em aproximação e mudança na comunicação interpessoal”, define o professor Jorge Enrique Londoño, diretor do Instituto de Comunicação e Cultura da Universidade Nacional da Colômbia. (mais…)

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BA – Hoje tem protesto: Rio dos Macacos na Mudança do Garcia

Violação dos Direitos Humanos da Comunidade Quilombola de Rio dos Macacos pela Marinha de Guerra do Brasil e Silêncio da Presidenta – Pelo Território da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos Já

A comunidade quilombola Rio dos Macacos vive há quase 200 anos no seu território quilombola. A marinha de guerra do Brasil chegou lá há menos de 50 anos, numa área que fica distante 10 km da Base Naval, e além de praticar todo tipo de violência contra mulheres, crianças, idosos e toda comunidade, hoje quer expulsar a comunidade do seu território.

As comunidades negras rurais do Brasil conseguiram um direito na lei maior do país, a Constituição Federal no Art. 68 das disposições transitórias que às comunidades quilombolas que estejam ocupando os seus territórios devem ser-lhes garantido o título definitivo.

  • Como pode a marinha querer desrespeitar as leis?
  • Como pode a marinha violentar física, psicológica e moralmente uma comunidade negra quilombola?

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El extractivismo amenaza a los indígenas en Puebla

Aprovechando la miseria y la propiedad individual de la tierra, los grandes inversores imponen sus proyectos mineros a lo largo de la geografía serrana, pero los habitantes organizados ya están poniendo un alto

Jaime Quintana Guerrero – Desinformémonos

México. Ante la amenaza que representa el trío compuesto por ciudades rurales, minas e hidroeléctricas, los indígenas de la Sierra Norte de Puebla protagonizan la defensa de su territorio en movilizaciones y asambleas, que se extienden por diferentes comunidades. La reciente agresión a los opositores a la presa en Olintla es solamente un eslabón en la estrategia para implementar megaproyectos interconectados en esta zona.

“Estamos en una etapa de resistencia contra las empresas; diferentes actores se están articulando y generan información para los pueblos”, indica Gabriel Hernández García, del Centro de Investigación y Capacitación Rural (Cedicar). Las empresas con mayor capital en los proyectos de la Sierra son FRISCO, de Carlos Slim, y Comex Hidro, que recibe capital estadunidense. (mais…)

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A Floresta Amazônica está secando

Cidade de Atayala Ucayali, Peru

A adaptação da vegetação da floresta peruana a um futuro mais quente e seco é uma incógnita

Barbara Fraser

TARAPOTO, Peru— Para o ecólogo tropical Gregory Asner, sobrevoar a Amazônia Peruana a partir da cidade de Tarapoto é como voltar no tempo. Casas modernas, plantações de arroz e de palmeiras de dendê dão lugar a íngremes montanhas florestadas e depois a florestas verdes, virgens, que se curvam na direção do horizonte.

De repente a cobertura de árvores abaixo do avião bimotor se transforma em uma mancha cinza-amarronzada, um sinal dos danos da seca que, estima ele, pode afetar até metade das árvores.

Nesse canto remoto da região peruana de Ucayali, Asner, da Carnegie Institution for Science, na Stanford University, teme estar vendo o futuro. Nos últimos anos esse trecho de floresta foi atingido por duas enchentes do tipo “uma-a-cada-século” – uma em 2005 e outra em 2010. Esses períodos de seca podem se tornar mais frequentes conforme se elevam as temperaturas no Oceano Atlântico Norte tropical e humanos queimam milhares de quilômetros quadrados de floresta para cultivo. (mais…)

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Justiça do Chile determina a exumação dos restos mortais de Pablo Neruda

Renata Giraldi* – Agência Brasil

Brasília – O juiz Mario Carroza, do Chile, determinou na última sexta-feira (8) a exumação dos restos mortais do poeta Pablo Neruda, que morreu em setembro de 1973. A ordem visa a investigar as causas da morte do poeta. Prêmio Nobel de 1971, Neruda mantinha posições políticas de oposição ao governo militar. Ele morreu 12 dias após o golpe militar que derrubou o então presidente Salvador Allende. O governo Allende foi sucedido pelo general Augusto Pinochet (1973-1990).

A data da exumação ainda não foi marcada. As suspeitas sobre a morte de Neruda contam com o apoio de sua família. O poeta morreu em uma clínica de Santiago, capital chilena, devido a um câncer de próstata, aos 69 anos. Porém, a Justiça do Chile investiga desde 2011 a possibilidade de que ele tenha sido envenenado.

Neruda foi enterrado ao lado de sua mulher, Matilde Urrutia, em Isla Negra, a 120 quilômetros de Santiago. Após a decisão de exumar os restos mortais de Neruda, houve uma reunião de coordenação comandada pelo diretor do Departamento de Medicina Legal, Patricio Bustos. (mais…)

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Casal de Santa Rosa de Viterbo é exemplo da agricultura familiar

Foto: Enéias Barros / Especial

Com muito trabalho, mas sem estresse, Luciana e Carlinhos produzem alimentos livres de agrotóxicos

Adriano Quadrado

Dez anos atrás, Luciana resolveu mudar de vida. Deu adeus à cidade e foi ser produtora rural em companhia do segundo marido, Carlinhos, 14 anos mais jovem. A família se instalou no sítio Ridelutha, pedaço de chão de dois alqueires que se estende em declive da porteira à mina de água, nos fundos da propriedade, município de Santa Rosa de Viterbo. Ela não sabia, mas a verdadeira reviravolta ainda estava por vir.

O arauto da mudança apareceu na forma de pulgão, bichinho voraz que tomou conta da lavoura recente. Luciana foi buscar nos agrotóxicos o socorro, borrifando todo o sítio contra a praga. Um dia, porém, enquanto observava a filha colher cenouras, teve medo de colocar na mesa o alimento sobre o qual havia aplicado veneno. “Foi nessa hora que me deu um estalo. Percebi que aquilo não era certo”, conta ela, enquanto mostra orgulhosa os canteiros agora livres dos químicos. (mais…)

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“Defensorias públicas: de pires nas mãos ou autônomas?” Na luta!

Com Ouvidorias Gerais indicadas pela sociedade civil, cf. LC 132/2009!

Gilvander Luís Moreira, para Combate ao Racismo Ambiental

Após muita luta e 16 meses de tramitação, em novembro de 2012, foi aprovado por unanimidade no Congresso Nacional o PLC 114/11 que concede autonomia financeira e administrativa às defensorias públicas, ao desvincular o orçamento de pessoal das defensorias estaduais das despejas do Poder Executivo estadual, como já ocorre com a Magistratura e o Ministério Público. Pelo projeto, os estados poderão investir até 2% do orçamento líquido para as defensorias estaduais. Tempo para chegar aos 2,%: cinco anos. Mas, para espanto e indignação de todos que lutam por justiça social, por democracia substantiva, a Presidenta Dilma, na noite do dia 19 de dezembro de 2012, vetou o PLC 114/11. Assim, o Governo Federal deu um presente de grego às/aos defensoras/res públicas/os estaduais e manteve o bloqueio econômico e político que impede o acesso de 80 milhões de empobrecidos à justiça. Motivo alegado: pressão de muitos governadores que argumentaram que o PLC 114 era contrário ao interesse público e inviabilizaria o orçamento de vários estados. Isso não é verdade. É uma desculpa estapafúrdia.

No Seminário Nacional sobre Defensoria Pública na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), realizado dia 06 de fevereiro último, no Congresso Nacional, em Brasília, do qual tive a alegria de participar, ficou demonstrado que 58% das comarcas do Brasil estão sem defensoras/res públicas/os, o que inviabiliza equilíbrio entre acusação e defesa nos milhões de processos que envolvem os pobres. No Brasil, há cerca de 15 mil juízes, 15 mil promotores de Justiça (?) do Ministério Público, mas há menos de 5 mil defensoras/res em 24 estados. Há ainda três estados iniciando a implantação de defensoria pública: Goiás, Paraná e Santa Catarina. A Constituição Federal irmana em igual dignidade o Ministério Público e as Defensorias Públicas (CF, art. 127 e art. 134), além de prescrever que as defensorias prestem orientação jurídica e defenda em todos os graus os pobres. Mas na realidade, o Ministério Público está sendo o irmão rico e as defensorias, o irmão pobre. (mais…)

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Documento Final Guarani – 9º Encontro em Memória de Sepé Tiaraju

Foto: Cimi Equipe Florianópolis

São Gabriel, 07 de fevereiro de 2013

Nós, representantes e lideranças das comunidades Guarani do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, juntamente com o Conselho de Articulação do Povo Guarani (CAPG) e com o Conselho Continental do Povo Guarani, reunidas no 9º Encontro em Memória de Sepé Tiaraju, nos dirigimos às autoridades públicas para denunciar os graves problemas que nossas comunidades enfrentam e ao mesmo tempo cobrar das autoridades o cumprimento de nossos direitos constitucionais.

Nossos caciques e lideranças relatam que as comunidades de Irapuá, Arroio Divisa, Petim, Passo Grande, Passo da Estância, Lami, Estiva, Capivari e Capi Ovy vivem em acampamentos na beira das estradas. Há falta de água, saneamento básico, falta de assistência em educação e saúde e principalmente falta o alimento e as condições para plantar e produzir porque vivem sem terra. (mais…)

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