“Não há evidência de massacre indígena, diz governo venezuelano”

O governo venezuelano informou neste sábado que “não se encontrou evidência” do massacre de 80 indígenas da etnia ianomâmi em uma área de selva na fronteira com o Brasil, denunciada por ONGs e um deputado opositor. “Após estas visitas que realizamos nas comunidades indígenas, podemos dizer ao país que não foi encontrada evidência de nenhuma morte ou não se encontrou evidência de casa ou “shabono” (cabana indígena) incendiada nestas comunidades assinaladas como cenário deste suposto crime”, disse ao canal do Estado a ministra para os Povos Indígenas, Nicia Maldonado.

A ministra lembrou que “diante das denúncias” recebidas, o Estado venezuelano fez uma “visita às comunidades ianomâmis” com uma comissão de fiscais, policiais de investigação e militares, como informou na sexta-feira o ministro do Interior Tareck el Aissami. A comissão especial foi designada pela Procuradoria Geral para verificar os fatos após receber na segunda-feira uma denúncia da organização pró-indígena Horonami, segundo a qual 80 ianomâmis morreram no dia 5 de julho após um suposto ataque de um helicóptero. O deputado opositor Andrés Avelino Álvarez, da Comissão de Povos Indígenas, disse que apenas três integrantes da comunidade Irotatheri, no município Alto Orinoco, sobreviveram ao massacre feito pelos ocupantes de um helicóptero com “identificação brasileira”. (mais…)

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Samba de resistência, na luta contra o racismo e a desigualdade

Em encontro inédito, dois grupos do samba de resistência de São Paulo tocam juntos. Nos camarins, Magnu Souzá, Tim Maia e Paulo Lins refletem sobre papel da cultura e da música na luta contra racismo e desigualdade

Por Roney Rodrigues | Foto: Gustavo Paiva

Antônio Eleilson Leite sobe ao palco do Auditório Ibirapuera prometendo ser breve. Ele é coordenador de cultura da ONG Ação Educativa, entidade que organiza o “Estéticas das Periferias”, e, depois de algumas ponderações sobre o evento, ataca: “o Distrito do Grajaú tem 444 mil pessoas e só uma Casa de Cultura”.

A frase tem efeito imediato: palmas, uhuuus, gritinhos, assovios e até alguns discretos “fora Kassab”. Depois de uma fala poética do escrito Paulo Lins – autor de Cidade de Deus e, recentemente, do romance Desde que o samba é samba, que narra a formação do samba carioca no inicio do século XX – começa a batucada. (mais…)

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