por Mario Osava, da IPS
Rio de Janeiro, Brasil – “Meus filhos serão qualquer coisa, mas jamais pescadores”, afirmou o mais jovem dos dirigentes da Associação de Homens e Mulheres do Mar (Ahomar), o brasileiro Maicon Alexandre, de 32 anos, destacando a opinião compartilhada por seus companheiros. Um dos que coincidem com ele é Alexandre Anderson de Souza, que vive mais intensamente o drama. É que, além de ter maior responsabilidade pelo destino de seu povo pescador, sua vida pende por um fio bastante frágil.
Anderson, de 41 anos e líder do que pode ser a última geração de pescadores artesanais da Baía de Guanabara, foi alvo de vários atentados e ameaças de morte, e agora vive com escolta permanente de dois policiais militares, mobilizados por um serviço oficial de proteção impactado pela quantidade de conflitos que se tenta resolver a tiros por todo o Brasil. Esse risco nada tem de abstrato. Desde 2009, foram assassinados quatro membros da Ahomar próximos a Anderson. (mais…)