Centenas de índios de diferentes partes do mundo entregaram nesta quinta-feira um documento que reúne suas exigências sobre conservação da natureza a representantes da ONU na Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Representantes de povos nativos de Brasil, Equador, Paraguai, Bolívia, Canadá, Filipinas e outros países chegaram até o cordão de segurança que protege os chefes de Estado e de governo que estão reunidos na cúpula.
Os índios estavam vestidos com cocares, arcos, flechas e um grande cartaz onde pediam a devolução imediata de suas terras e territórios. Os manifestantes se aproximaram da barreira formada por dezenas de policiais e militares onde se encontraram com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, a quem entregaram o documento que contém as reivindicações.
Alguns porta-vozes dos indígenas ultrapassaram o cordão policial com a permissão pertinente para entregar o texto diretamente às Nações Unidas. No protesto também se encontravam delegados e diplomatas das Nações Unidas que estavam lá para mediar entre as forças de segurança e os participantes da manifestação.
Moya Nomenga, um representante de uma tribo do Equador, afirmou à agência EFE que pediram o fim das atividades petrolíferas em seu país no texto entregue à ONU. Os índios vinham da chamada aldeia Kari-Oca, instalada por eles mesmos em Jacarepaguá, a cerca de 5 km do Riocentro, onde acontece a Rio+20.
Neste local, nativos e ativistas estiveram pactuando até hoje o texto que entregaram às Nações Unidas. Mario Santos, ativista indígena, disse à EFE que escreveram um documento único em defesa da “mãe terra que é a que dá vida”.
Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento ingressou quarta-feira na etapa definitiva e mais importante. Até amanhã, ocorre no Riocentro o Segmento de Alto Nível da Rio+20, com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não vieram ao Brasil, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo, que segue sofrendo críticas dos representantes mundiais. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
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