Jenifer Rosa
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) criticou nesta quarta, dia 20, em evento da Cúpula dos Povos, o texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, além do próprio evento. “Como esta convenção diz que discute sustentabilidade se nada é feito contra a desigualdade, injustiça e retrocesso de direito dos povos indígenas?”, questiona a vice-coordenadora da organização, Sônia Guajajara.
Sônia participou pela manhã do Comunicado dos Povos Indígenas do Brasil, no Plenário 3 do Aterro do Flamengo, e alegou que o acordo final da Rio+20 vai contra a realidade indígena. Para ela, o documento que fará a diferença será o divulgado pela Cúpula dos Povos, ao fim do evento. Ela acredita que só haverá mudança se os participantes da conferência oficial forem pressionados. “Nós vamos pressioná-los os conferencistas, representantes de países com movimentos sociais, apenas desta forma conseguiremos nossos direitos”, afirma.
O Comunicado dos Povos Indígenas do Brasil contou com a participação de diversas tribos e abordou a importância da defesa do território, da segurança e da vida dos índios. Atualmente são 240 povos reconhecidos que habitam o solo brasileiro, além de outros 90 que vivem isolados.
Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De hoje até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
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