Uma comissão formada por cinco indígenas de todo Brasil e representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) irá mapear e analisar todas as obras financiadas pelo banco que afetam os territórios indígenas no país. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 18, após reunião entre o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, e um grupo de 12 indígenas que apresentou à direção do órgão os graves impactos causados por grandes empreendimentos a comunidades.
A reunião ocorreu no fim do ato pacífico que reuniu cerca de 2000 indígenas em frente ao Banco, no centro do Rio de Janeiro. Dançando, entoando cantos e carregando faixas, índios de diversas regiões do país manifestaram sua insatisfação por não serem ouvidos – como determina a Constituição – pelos órgãos que planejam, financiam e executam obras que afetam suas terras indígenas, como a transposição do rio São Francisco (Nordeste) e as hidrelétricas de Belo Monte (Pará), Santo Antônio e Jirau (Rondônia).
Os representantes do BNDES afirmaram que o banco não possui mecanismo para rastrear se os recursos liberados para grandes ou médios empreendimentos afetam áreas indígenas. Para solucionar este problema, foi criada a comissão que levantará os empreendimentos financiados ou subsidiados pelo banco e que incidam sobre as áreas indígenas. A primeira reunião da comissão ocorrerá no próximo mês.
Os indígenas estão reunidos no Acampamento Terra Livre, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
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