Justiça Ambiental reúne ciência e ativismo

Justiça Ambiental e Saúde: Ciência e Ativismo em Busca da Transformação foi o tema do seminário promovido pela ENSP no dia 14/6. Na abertura, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha,  parabenizou a qualidade dos participantes e classificou o momento como especial, carregado pela expectativa da Rio+20. “Esse evento compõe o esforço que a Fundação vem galgando na área de ambiente, e o fortalecimento do movimento de justiça ambiental ajuda a reduzir a iniquidade, a assimetria”. Na sua missão, origem e trajetória, a Fiocruz tem forte compromisso com a justiça social e as mesas do encontro deram foco aos movimentos populares e experiências da África, América Latina e Europa.

O coordenador do projeto Environmental Justice Organizations, Liabilities and Trade (Ejolt) e economista da Universidade Autônoma de Barcelona Joan Martinez-Alier também compôs a mesa de abertura e disse que os grupos ativistas de justiça ambiental de várias partes do mundo são forças importantes para se chegar a uma economia sustentável. Ainda destacou o plano de ação da Ejolt, que engloba os conflitos de justiça ambiental e de terra gerados pela exploração de energia nuclear, petróleo e gás.

O evento, composto por duas mesas-redondas, teve a primeira mediada pelo diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, e a outra, por Joan Martinez-Alier. Na parte da manhã, o debate centrou-se no tema ‘Experiências dos movimentos de justiça ambiental no enfrentamento de riscos ambientais e o papel do engajamento popular’. O pesquisador do Cesteh/ENSP, Marcelo Firpo, falou sobre ‘Ciência para a justiça ambiental: princípios e desafios’.  (mais…)

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Do$$iê Acre – Documento Especial para a Cúpula dos Povos – RJ – 2012

O presente dossiê traz contundentes detalhes da vida dentro das florestas acrianas, das represálias que seus moradores sofrem por parte de órgãos ambientais, do sofrimento de comunidades indígenas, quase impotentes para denunciar a invasão de suas terras e os descasos nas áreas de saúde e de educação nas suas comunidades.

Clique aqui e tenha acesso ao Do$$iê Acre.

http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6335&action=read

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Lúcio Flávio Pinto: Ritmo de exportação de minério de ferro de Carajás “é crime de lesa Pátria”

por Luiz Carlos Azenha

Recentemente passei quase três semanas no Pará, viajando pelo estado. Notei, nas bancas de Belém, a presença sempre destacada do Jornal Pessoal, do repórter Lúcio Flávio Pinto, que também tem versão digital.

Comprei o dossiê que ele preparou sobre a Companhia Vale do Rio Doce, sobre o qual o Viomundo tinha publicado um texto, reproduzido da Adital.

Dias depois, tive um breve encontro com o repórter na praça da República, onde fica o lindíssimo Teatro da Paz, herança dos tempos do ciclo da borracha.

Há, é importante frisar, um paralelo entre o ciclo da borracha e o ciclo do minério de ferro, que sai de Carajás, no sul do Pará, ao ritmo de 100 milhões de toneladas por ano: nenhum deles enriqueceu o estado.

Em nossa conversa, Lúcio Flávio confessou que sentiu um nó no peito toda vez que viu o trem carregado de minério partindo de Carajás em direção ao porto da Ponta da Madeira, no Maranhão, onde é embarcado para exportação.

Ele se sente tão indignado com o assunto que, além do dossiê, lançou um blog, no qual pergunta: a Vale é mesmo nossa? (mais…)

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Declaração final do Xingu + 23

Encerrou-se neste sábado, 16, o encontro Xingu + 23, realizado na comunidade de Santo Antônio, a 50 km de Altamira. Participaram cerca de 300 pessoas, entre ribeirinhos, agricultores, pescadores e indígenas dos povos Juruna, Xikrin, Kayapó e Xipaya da região, Munduruku das bacias dos rios Teles Pires e Tapajós e Tembé da região de Belém, além de ativistas autônomos de vários estados, integrantes da comunidade acadêmica e representantesde organizações de vários países, como Turquia, Israel, Áustria, Bélgica, Canadá e EUA.

Foram quatro dias de desabafos, debates e ação. Para os atingidos por Belo Monte, o encontro ofereceu alento por terem quem os ouvisse. Para os participantes de outras regiões, foram momentos duros ao serem confrontados com a realidade dos impactos da usina.

Na vila de Santo Antônio, praticamente deserta após as desapropriações compulsórias de seus moradores, sobraram ruínas e madeirames empilhados das antigas casas de seus moradores. Sobrou também o pequeno cemitério, com suas tumbas tomadas pelo mato após o embargo da Norte Energia.

Da vila de Santo Antonio podia se ver a enormidade do canteiro de obras de Belo Monte com o movimento incessante das máquinas; ouviam-se as sirenes que anunciavam os estrondos e as detonações que explodem terra e pedras; e sentia-se o seu tremor. (mais…)

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Durante a Rio+20, ONG francesa entrega documento com 350 mil assinaturas pedindo o fim de Belo Monte

Isabela Vieira, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os índios da etnia Kaiapó receberam hoje (18) da organização não governamental francesa Planète Amazone documento com cerca de 350 mil assinaturas contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será instalada no Rio Xingu.

As assinaturas foram coletadas na Europa, pela internet – a maior parte delas na França e na Bélgica, segundo os organizadores. O documento foi lançado no ano passado e permanece no site www.raoni.com.

De acordo com o representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Marcos Apurinã, que recebeu o documento com as assinaturas, o protesto dos europeus se somará ao dos brasileiros.

“Vamos levar tudo para a presidenta Dilma [Rousseff] em breve”, declarou. “É especialmente para ela. Para dizer que os índios brasileiros não estão sozinhos”, afirmou durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

“Ela precisa saber que está assinando documentos para a ONU [Organização das Nações Unidas] dizendo que os povos indígenas estão bem, mas não estamos bem. Pelo contrário”, completou em referência ao impacto da obras. Segundo Apurinã, a barragem vai afetar “completamente o modo vida” dos índios. (mais…)

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CNJ quer ajuda da população para melhorar a Justiça no Rio Grande do Sul

Pedro Peduzzi, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quer a ajuda dos cidadãos para melhorar o serviço prestado pelo Judiciário brasileiro. Para ouvir a opinião da população, tem enviado equipes de servidores a diversos tribunais, na busca por críticas, elogios e sugestões sobre o funcionamento desse Poder. Nesta semana, será a vez do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em Porto Alegre, passar pela inspeção.

“Queremos saber o que o cidadão pensa, para sabermos o que melhorar para que o serviço oferecido pela Justiça seja bem prestado. Estamos ouvindo os cidadãos que queiram apresentar críticas, elogios ou sugestões sobre o funcionamento do Judiciário no estado e obter manifestações quanto à demora no andamento de processos, pagamentos de precatórios, à estrutura de varas e juizados”, disse hoje (18) a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.

Apesar de a inspeção abranger apenas a Justiça Estadual, também poderão ser feitas, pela população, reclamações ou sugestões sobre as áreas do Trabalho, Eleitoral e Militar. O atendimento no TJRS teve início hoje e prosseguirá até quinta-feira (21), sempre das 10h às 18h.

“Em [apenas] uma semana é impossível avaliar tudo. Por isso vamos em cima do principal, que são as folhas de pagamento, as ações de improbidade e os processos administrativos. Temos olhado também os contratos de licitações, já que, junto com as áreas de precatórios e de distribuição, são essas as portas por onde muitas vezes encontramos equívocos”, acrescentou Eliana Calmon. (mais…)

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CEAO convida para Defesas de tese e dissertações

O Pós-Afro (Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos) convida para as defesas, que ocorrem nesta semana, no CEAO:

19/06 (terça-feira) – 14h30

Tese: A arte de comerciar: gênero, identidades e emancipação feminina no comércio transatlântico das rabidantes em Cabo Verde.

Autora: Tatiana Raquel Reis Silva

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Angela Figueiredo (Orientadora)
Profa. Dra. Isabel Cristina Reis (UFRB)
Prof. Dr. Osmundo Pinho (UFRB)
Prof. Dr. Claudio Furtado (UFBA)
Prof. Dr. Livio Sansone (UFBA)

21/06 (quinta-feira) – 14h30

Dissertação: As panelas das feiticeiras: uma etnografia do segredo e ritual de Iyami no Candomblé

Autora: Luciana de Castro Nunes Novaes

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Miriam Rabelo (Orientadora/PosAfro/UFBA)
Profa. Dra. Lisa Earl Castillo (Professora Vissitante)
Prof. Dr. Luis Nicolau Parés (UFBA) (mais…)

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Combate ao Racismo Ambiental: uma luta justa por justiça ambiental

Por Cristiane Faustino*

A efervescência dos debates sobre questões ambientais e riscos humanos, que emerge no contexto da Rio+20, nos impõe o desafio de fortalecer na cena pública as diferentes compreensões e fazeres críticos que põem em evidência as injustiças e violações provocadas pelos modelos econômicos, políticos, sociais e culturais dominantes. Romper com a cultura política elitista de “ocultação” das desigualdades e iniquidades, ainda que gritantes na vida real, é fundamental para a emancipação da humanidade desde o fazer democratizante e comprometido com a construção de modos de vidas sustentáveis, se é assim que se quer chamar o porvir de uma sociedade melhor pra todas as pessoas e grupos sociais.

No Brasil e América Latina o racismo é um dos processos de desigualdades mais reais, porém mais ocultados, especialmente pelos agentes que impõem a todas as pessoas e grupos sociais, seu pensamento, suas decisões, suas armas, suas instituições, seus códigos, suas formas de ver, pensar e construir o mundo. Das invasoras caravanas do século XVI aos sofisticados jatinhos, o rastro desses agentes tem sido a dizimação e escravização dos povos originários e negros, marginalizando e subjugando suas gentes e culturas. A violência da expropriação e escravização, antes argumentada pela superioridade e meritocracia divinizada das culturas brancas, hoje se camufla na falácia da democracia, inclusive a racial, e se justifica pelo decantado discurso do desenvolvimento. (mais…)

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