Em debate, entidades reclamam que obras da Copa de 2014 e da Olímpiada de 2016 estão afetando moradores pobres, que Lei Geral da Copa não garante direitos já previstos em outras leis e que competições estão sendo tratadas só como espetáculo. Mas qual o melhor caminho para reverter problemas é uma pergunta com várias respostas.
Najla Passos
Porto Alegre – Entidades dos mais diversos setores da sociedade organizada concordam que o Brasil não está preparado para transformar a realização de megaeventos esportivos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 em oportunidades para melhorar as condições de vida da população. Por isso, concordam também que precisam reverter este processo. Mas discordam no método, como demonstraram em debate durante o Fórum Social Temático nesta quinta-feira (26).
Enquanto representantes das populações de favelas e periferias defendem as mobilizações de ruas e ocupações de espaços públicos como forma de pressionar o governo a garantir um legado socioeconômico e ambiental dos megaeventos, organizações empresariais, acadêmicos e atletas apostam em soluções institucionais, como o aprimoramento das ferramentas de controle social já construídas democraticamente.
Representante da Frente Internacionalista dos Sem-Teto, Marília Lima disse que, só no Rio de Janeiro, moradores de 24 ocupações urbanas estão ameaçados de remoção em função dos jogos, incluindo uma ocupação indígena localizada próxima ao estádio do Maracanã. “Nós vamos expulsar os pobres das nossas cidades? É este o tipo de saldos dos eventos que queremos deixar para o país? Precisamos unificar a luta e reforçar as mobilizações” afirmou. (mais…)