Fórum Social: Prejuízo com Copa e Rio-2016 é consenso; saída, não

Em debate, entidades reclamam que obras da Copa de 2014 e da Olímpiada de 2016 estão afetando moradores pobres, que Lei Geral da Copa não garante direitos já previstos em outras leis e que competições estão sendo tratadas só como espetáculo. Mas qual o melhor caminho para reverter problemas é uma pergunta com várias respostas.

Fotos: Rafael Correa

Najla Passos

Porto Alegre – Entidades dos mais diversos setores da sociedade organizada concordam que o Brasil não está preparado para transformar a realização de megaeventos esportivos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 em oportunidades para melhorar as condições de vida da população. Por isso, concordam também que precisam reverter este processo. Mas discordam no método, como demonstraram em debate durante o Fórum Social Temático nesta quinta-feira (26).

Enquanto representantes das populações de favelas e periferias defendem as mobilizações de ruas e ocupações de espaços públicos como forma de pressionar o governo a garantir um legado socioeconômico e ambiental dos megaeventos, organizações empresariais, acadêmicos e atletas apostam em soluções institucionais, como o aprimoramento das ferramentas de controle social já construídas democraticamente.

Representante da Frente Internacionalista dos Sem-Teto, Marília Lima disse que, só no Rio de Janeiro, moradores de 24 ocupações urbanas estão ameaçados de remoção em função dos jogos, incluindo uma ocupação indígena localizada próxima ao estádio do Maracanã. “Nós vamos expulsar os pobres das nossas cidades? É este o tipo de saldos dos eventos que queremos deixar para o país? Precisamos unificar a luta e reforçar as mobilizações” afirmou. (mais…)

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Economia verde ou economia das verdinhas?

“Antes eles garantiram a parte morta da natureza e agora querem a parte viva”, disse a francesa Genevieve Azam, ativista da Attac, durante debate sobre a chamada economia verde. O americano Pat Mooney reforçou a fala de Genevieve: “Desde a Rio 92, é possível ser dono dos elementos da cadeia periódica e dos códigos genéticos dos seres. Agora o capitalimo está atrás do restante. Através da nanotecnologia e da biotecnologia, é possível tornar os elementos da natureza em produtos”. (mais…)

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FST – Ambientalistas aumentam pressão por vetos de Dilma ao Código Florestal

No Fórum Social Temático em Porto Alegre, organizações foram duras na crítica à bancada ruralista e à postura do governo durante os debates do novo Código no Congresso. Até março, agenda de lutas terá como foco a cobrança do compromisso de campanha de Dilma em não permitir novos desmatamentos.

Bia Barbosa

As organizações ambientalistas subiram o tom e estão aproveitando o Fórum Social Temático, que acontece em Porto Alegre esta semana, para ampliar a mobilização da sociedade civil contra as mudanças no Código Florestal. O foco das ações, que devem tomar o país até 6 de março, data prevista para a votação do novo texto na Câmara dos Deputados, será o veto da Presidenta Dilma a todos os artigos que representam anistia aos desmatadores e novas derrubadas de florestas.

Na avaliação das organizações que integram o Comitê Brasil em Defesa das Florestas, as mudanças no projeto de novo Código Florestal feitas pelo Senado no texto aprovado na Câmara foram periféricas e pontuais. Na essência, o texto reduz a proteção da biodiversidade, continua anistiando aqueles que derrubaram árvores ilegalmente até julho de 2008 e autoriza novos desmatamentos. Elas apostam nas pesquisas de opinião pública, que mostram que 80% da sociedade são contra as mudanças propostas, para criar uma conjuntura política favorável aos vetos de Dilma. O tempo é curto, sabem, mas para os ambientalistas barrar o novo Código Florestal é uma questão estratégica. (mais…)

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Tudo tem explicação: “Golpe de 1964 foi ‘revolução’ segundo Secretaria da Segurança de São Paulo”

Foto: Reprodução site da Secretaria da Segurança de SP

Site da pasta diz que ‘em 31 de março iniciou-se a Revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de Goulart’; página foi excluída após iG acionar secretaria

Ricardo Galhardo, iG São Paulo

O site da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo na internet descreve o golpe de 1964, início da ditadura militar que durou até a eleição de Tancredo Neves, em 1985, como uma “revolução” que teve como objetivo se opor à política de esquerda do então presidente João Goulart.

“Em 31 de março de 1964 iniciou-se a Revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart”, diz o texto.

A informação faz parte da linha do tempo da página institucional da Secretaria. O texto é ilustrado por um desenho no qual um militar aparece em destaque, o símbolo comunista (foice e martelo) coberto por um “x” e uma faixa da marcha da família com Deus pela liberdade, manifestação organizada pela organização católica de extrema direita TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade). (mais…)

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