‘Pinheirinho’ e a nova Presidenta da Petrobrás

A nova presidenta da Petrobrás, Graça Foster, cresceu num favela. Sua infância foi vivida no Morro do Adeus, no Rio de Janeiro, que hoje integra o Complexo do Alemão. Até os 12 anos, ela catou papel e lata na rua para custear os estudos, como narrou recentemente em entrevista ao jornal Valor. Há mais de três década na Petrobrás, Graça sucederá a José Sérgio Gabrielli, que dirigiu a estatal no ciclo  mais importante desde sua criação, nos anos 50. O saldo mais reluzente desse período foi a descoberta  das reservas pré-sal, mas, sobretudo,  a regulação soberana dessa riqueza pelo Presidente Lula.

Em 2009, a contrapelo da coalizão demotucana e do candidato da derrota conservadora, José Serra, o governo brasileiro  transformou a principal descoberta mundial de petróleo dos últimos 30 anos numa poupança do povo brasileiro. Recusou-se a reduzí-la a uma commodity para o repasto dos mercados. Serra, na campanha de 2010, prometeu: vitorioso, decretaria a ‘reintegração de posse do pré-sal’ às petroleiras internacionais.

A mulher que assume esse patrimônio histórico sabe onde o Brasil grita e precisa ser ouvido. O Brasil pobre hoje grita em ‘Pinheirinho’, por exemplo, a ocupação de 1660 famílias, violentamente despejadas neste domingo em São José dos Campos (SP).

No momento em que a truculência do dinheiro grosso e o menosprezo conservador pelos excluídos produz uma tríplice aliança entre o poder judicial paulista, o governo do Estado e a administração tucana de São José dos Campos, é valioso saber que na esfera federal existem olhos e ouvidos que sabem onde o Brasil grita.

Reverter o arrasa-terra em ‘Pinheirinho’ seria a melhor  forma de o governo Dilma transformar a nomeação de Graça Foster mais do que numa boa notícia: um símbolo de seu mandato, em defesa das meninas pobres que ainda catam papel e lata nas ruas do país.

http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm

Comments (1)

  1. A comunidade petroleira anda tão cética com as políticas de RH,Saúde, Segurança e Meio Ambiente, Política discriminatória com aposentados e pensionista, autoritarismo dos gerentes ex-sindicalistas, gerentes indicados por Gabrielli que são desqualificados para os cargos, perseguição política e assédio moral, psicoterror no trabalho, código de ética que proibe a livre expressão e penaliza, etc. que está muito temerosa de ser a troca de seis por meia dúzia. Sou demitida política, doente ocupacional grave e os gerentes atuais seguem com perversidade sua tática de me aniquilar com morte anunciada se não houver tratamento. Meu “crime”, ser militante da defesa de um meio ambiente de trabalho equilibrado e livre de adoecimento e mortes. Preciso de quimioterapia para doença ocupacional e não tenho condições de realizar. Fui demitida doente enquanto estava afastada por acidente de trabalho. Vivo no leito a espera da “justiça” do trabalho. O mesmo juiz que me concedeu liminar para ser reintegrada e ter de volta assistencia médica e medicamentos para sobreviver, “voltou atrás” e revogou a liminar apesar de ter vários documentos de especialistas da USP indicando a gravidade do meu estado de saúde. Os trabalhadores da Petrobras nunca antes dessa gestão, foram tão subjugados. Mas, a esperança é a última que morre e eu nunca desisto de direitos!
    Leninha – Salvador/Bahia

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.