Nota pede proteção a Joacir Mota, do acampamento São José, em Xinguara
A coordenação da Comissão Pastoral da Terra de Xinguara exige garantias de vida para a família do líder camponês Joacir Fran Alves Mota, abordada, no início de agosto, por um grupo de pistoleiros que trabalham como seguranças da fazenda “Cruzeiro Novo”, em Conceição do Araguaia. De acordo com a CPT, em 5 de agosto, por volta das 19 horas, familiares de Joacir Fran Alves Mota foram abordados em Redenção, por três homens que se diziam policiais de Conceição do Araguaia. Joacir é da coordenação do Acampamento São José, em Conceição do Araguaia, a 20 km da Vila Alacilândia.
As vítimas dizem que um dos homens usava colete da polícia e coldre com arma. Eles estavam em um Voyage prata, mesmo veículo avistado pelos acampados cujos ocupantes fotografavam o acampamento horas antes. “Um dos três homens no carro é conhecido como ex-policial, de nome Edemir”. A CPT denuncia que Edemir foi segurança particular na Fazenda Cruzeiro Novo, cujo pretenso dono é deputado capixaba Nilton Gomes Oliveira, o “Nilton Baiano”.
A esposa de Joacir diz que os três homens a abordaram na rua para descobrir onde estava seu marido e onde era a residência do casal. Eles insistiram ainda para que ela os levasse até a sua residência e mostrasse documentos relacionados ao conflito de terra, pois estariam investigando. Após a recusa em atendê-los, um dos supostos policiais a fotografou de dentro do carro, sem sua permissão.
Coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Marabá, o advogado José Batista Afonso diz que o clima no acampamento São José é extremamente tenso. “No dia 25 de dezembro de 2010 houve um despejo ilegal, com a presença de 7 homens encapuzados e fortemente armados. Esse caso está sendo apurado pelo Ministério Público de Conceição do Araguaia”, relata Batista. A CPT diz que o ocorrido em 5 de agosto revela padrão semelhante à ação de pistoleiros para eliminar pessoas. “Daí a necessidade de apuração e punição rigorosa destes atos, como medidas preventivas para evitar que outras mortes de trabalhadores aconteçam”. Assinada pelo Frei Henry Des Rosiers, a nota informa que a denúncia foi formalizada à Ouvidoria Agrária Nacional, Delegacia Especializada em Conflitos Agrários – DECA e Ouvidoria da Policia Civil e Militar para a devida apuração.
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