Plano funerário sem regulamentação ilude população carente em Minas

Quando começou a pagar o plano, Maria Machado, moradora de Virgem da Lapa, desembolsava R$ 10. Hoje, cerca de três anos depois, a mensalidade é de R$ 17  (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Quando começou a pagar o plano, Maria Machado, moradora de Virgem da Lapa, desembolsava R$ 10. Hoje, cerca de três anos depois, a mensalidade é de R$ 17
Empresa se aproveita da boa fé, da miséria e da falta de informação de moradores dos vales do Jequitinhonha e Mucuri para oferecer o serviço, sem assinatura ou contrato

Alessandra Mello e Marcelo da Fonseca

Araçuaí,  Itaobim, Ponto dos Volantes, Teófilo Otoni e Virgem da Lapa – Em duas das regiões mais pobres do país, o Vale do Mucuri e o Vale do Jequitinhonha, o negócio da morte é próspero. Uma empresa cobra dos mais pobres – de preferência analfabetos, mais velhos e sem qualquer tipo de informação – valores que variam entre R$ 10 e R$ 30, dependendo do município, a título de plano funerário. Não há contrato, apenas a confiança do miserável de que, ao morrer, vai receber um buraco de sete palmos, um caixão e em alguns casos uma galinha (viva), que será entregue à família como “merenda” para o velório.

A única garantia dos adeptos desse plano, disseminado em toda a zona rural da região, carente de água e de emprego, é um carnezinho azul cor do céu com nuvens brancas. Lá, aparece o nome do beneficiário e o da Funerária Teófilo Otoni, que também responde pelo nome fantasia de Serviços Sociais Teófilo Otoni. É a maior prestadora de serviços dessa natureza e já atua em 27 municípios do estado e dois no interior da Bahia. A captação de clientes é feita, muitas vezes, diretamente nos hospitais públicos. (mais…)

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ONGs denunciam “sabotagem” a reunião contra o racismo – ONU

por Thalif Deen, da IPS

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Nova York, Estados Unidos, 16/8/2011 – Uma coalizão de organizações não governamentais acusa a Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de “sabotar” uma reunião de alto nível contra o racismo, ofuscando-a com outra cúpula, sobre segurança nuclear, marcada para o mesmo dia. A reunião de alto nível da Assembleia Geral para comemorar o décimo aniversário da Declaração de Durban Contra o Racismo já estava marcada para 22 de setembro, em decisão tomada pelos Estados-membros em dezembro do ano passado.

Contudo, depois da crise nuclear no Japão, em março, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por iniciativa própria, decidiu realizar uma cúpula sobre segurança atômica por ocasião da próxima sessão da Assembleia Geral. Esta reunião foi agendada para o mesmo dia do encontro de alto nível sobre racismo, gerando protestos por parte da sociedade civil.

A Coalizão Durban+10 inclui a Rede dos Estados Unidos pelos Direitos Humanos, National Lawyers Guild, Rede Mundial Contra o Racismo, Frente Unida Nacional Negra, Movimento de Base Malcolm X, Rede da Comunidade Palestina nos Estados Unidos, Fundação Frantz Fanon e Rede Internacional Judia Antissionista. A reunião sobre racismo já estava cercada de problemas, devido à campanha contrária realizada por Israel. O tema da reunião é: “Vítimas do racismo, da discriminação racial, da xenofobia e da intolerância: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”. (mais…)

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Norte de Minas: nove quilombolas morrem em acidente, 24h após um quase assassinato

“Dez ficaram feridas. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, o motorista de uma van perdeu controle e capotou depois que um pneu estourou.

Nove pessoas morreram e dez ficaram feridas em um acidente perto de Janaúba, no norte de Minas Gerais. Foi na MG-122. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, o motorista de uma van perdeu controle e capotou depois que um pneu estourou. O carro levava moradores de uma comunidade Quilombola de Catuti para uma festa folclórica. Uma criança de 2 anos escapou sem ferimentos. A van tinha capacidade para 16 pessoas e estava com 20 passageiros”. (Globo.)

A respeito do acidente e de suas causas, transcrevo a reação de Sandra Maria da Silva Andrade, Presidente da N’GOLO (Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais), na lista do Cedefes: (mais…)

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Amanhã, dia de protestos internacionais contra Belo Monte, ato na porta do BNDES, Rio, a partir das 11h

Antecipando dia Global contra Belo Monte, ameaçados protestam no lugar que deu o nome ao projeto

Midialivre – Movimentos sociais de Altamira e região realizaram nesta sexta (19) um ato contra a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. A manifestação antecipou a programação do Dia de Mobilização Global contra Belo Monte, segunda-feira, dia 22. Pescadores, agricultores, sem teto, professores, indígenas, ribeirinhos e desempregados marcharam, em confluência com a Romaria dos Mártires do Encontro das Comunidades Eclesiásticas de Base (CEBs), que acontecia no município de Vitória do Xingu. Os dois grupos se reuniram na pequena Igreja da comunidade de Belo Monte — bairro que deu nome ao empreendimento que tem balançado o mundo para iniciar o protesto.

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I Simpósio Internacional “Diálogos Interculturais na Fronteira Pan-amazônica”

A Ufam e a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) promovem I Simpósio Internacional “Diálogos Interculturais na Fronteira Pan-amazônica”, no período de 12 a 15 de setembro, na maloca da FOIRN, no município de São Gabriel da Cachoeira.

O Simpósio é financiado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), e pretende discutir e propor princípios e parâmetros para a construção de uma Universidade Indígena no Alto Rio Negro, bem como constituir um Conselho de Ética Indígena para regularização e acompanhamento de projetos e pesquisas nas terras indígenas do Rio Negro.

O evento envolverá 23 povos indígenas das famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak, Yanomami e Maku (Japurá-uaupés) das Terras indígenas Alto Rio Negro, Médio Rio Negro I e II, Ineuxi, Apaporis, Yanomami e outras T.I em processo demarcação como Balaio e Cué-Cué Marabitanas, além de povos indígenas da Colômbia e Venezuela. (mais…)

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A Copa do Mundo já tem seus derrotados

Por Guilherme Boulos*

As primeiras reações à escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014 foram de festa. De certo modo justificada: depois de mais de 60 anos, o país que tem o futebol como uma marca de cultura popular, com centenas de milhares de campos de várzea espalhados por todos os cantos, poderia voltar a ver de perto o maior evento futebolístico do planeta.

O menino da favela poderia, quem sabe, ir ao estádio ver seus maiores ídolos, que costumam se exibir apenas nos campos europeus. Um sonho… Que não tardou muito em gerar desilusão.

De início, apareceu o incômodo problema de quem iria pagar a conta. E veio a resposta, ainda mais incômoda, de que 98,5% do gordo orçamento do evento seriam financiados com dinheiro público, segundo estudo do TCU. Boa parte do BNDES, é verdade. Mas o capital do BNDES é alimentado pelo Orçamento Geral da União, portanto, dinheiro público, apesar dos malabarismos explicativos do Ministro dos Esportes. Dinheiro que deveria ser investido no SUS, na educação, em habitação popular e tantos outros gargalos mais urgentes do país. (mais…)

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