Filme de Marcos Prado, premiado mundialmente, seguia rotina de mulher em aterro sanitário
Morreu nesta quinta-feira (28), no Rio de Janeiro, a protagonista do premiado documentário “Estamira” (2005), Estamira Gomes de Souza, que tinha 72 anos. O enterro acontece nesta sexta no Cemitério do Caju.
Estamira estava internada no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desde a terça-feira (26). Ela sofria de diabetes e morreu em decorrência de uma infecção generalizada.
Lançado em 2005, “Estamira” foi dirigido por Marcos Prado, sócio de José Padilha na Zazen Produções e produtor de “Tropa de Elite 1 e 2”. O documentário segue a personagem-título, uma mulher que possui problemas mentais e sobrevivia com o que encontrava no aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio.
Através de sua conta no Facebook, Prado afirma que Estamira morreu por falta de atendimento. “Estamira ficou invisível pela falência e deficiência de nossas instituições públicas”, escreveu. “Morreu depois de ficar dois dias esperando por atendimento nos corredores da morte do nosso maravilhoso serviço público de saúde do Miguel Couto.”
O documentário foi premiado em diversos festivais no Brasil e no mundo – no total, 23 estatuetas –, incluindo melhor documentário pelo júri oficial no Festival do Rio, na Mostra de Cinema de São Paulo e o Grande Prêmio do Festival Internacional de Documentário de Marseille.
Marcos Prado prepara seu estreia em longa-metragem de ficção com “Paraísos Artificiais”. Previsto para o início de 2012, o filme retrata o universo das drogas sintéticas na juventude carioca de classe média.
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Fonte: IG, enviada por José Carlos.