Extrativista foi morto porque se opôs a venda ilegal de terra, diz polícia

Nova Ipixuna fica a 390 quilômetros de Belém, capital do Pará

Fazendeiro comprou terreno dentro de assentamento, o que é ilegal. José Cláudio Ribeiro tentou impedi-lo e foi executado

Wilson Lima, iG Maranhão

A execução do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e de sua esposa Maria do Espírito Santo, em 24 de maio em Nova Ipixuna, cidade a 390 quilômetros de Belém, ocorreu após a negociação de lotes dentro do assentamento agroextrativista Praialta Piranheira pela proprietária de um cartório de Marabá, segundo informações da Polícia Civil. A compra de lotes dentro de áreas de assentamento é ilegal. Em junho, o iG mostrou que alguns lotes do assentamento estavam sendo vendidos até mesmo para madeireiros de Nova Ipixuna.

O inquérito da polícia divulgado nesta quarta-feira, em Belém, revelou que o principal acusado de ter mandado executar o casal de extrativistas, José Rodrigues Moreira, comprou dois lotes de terra dentro do assentamento.

O lote que foi alvo de disputa entre Moreira e José Cláudio foi adquirido no primeiro semestre de 2010 por R$ 50 mil. A área tinha 16,5 alqueires, ou algo em torno de 449 mil metros quadrados.

Ainda pelo inquérito, Rodrigues Moreira adquiriu essa terra da proprietária de um cartório em Marabá, cujo nome não foi revelado nem está claro se ela era a dona legal da propriedade, já que o terreno estava em nome de uma outra pessoa. Não é a primeira vez que ele comprara terras em assentamentos. (mais…)

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