O Quilombo dos Luizes precisa de ajuda

O quilombo dos Luízes comemora a liminar que paralisa a construção que se encontra em curso da construtora Patrimar em terreno quilombola. Entretanto a liminar é de caráter provisório, e bem sabemos que o empreendimento é bem amparado judicialmente, e diante das injustiças que assistimos a cada dia dentro da pauta de reinvindicações do direito a terra em nosso país, existe a probabilidade da liminar que faz justiça ao quilombo ser derrubada.

Atesta isto o fato da construtora dar continuidade à obra, mesmo diante da proibição judicial, ou seja, a construtora está segura em relação à impunidade, pois, tanto os operários continuam a trabalhar na obra, quanto a cada dia mais material e maquinário chega ao endereço, e no que tange a notificação que deveria ter sido feita aos compradores dos imóveis acerca do problema referente ao título de propriedade, este não foi realizado.

Pois bem, com base na atual conjuntura, nós quilombolas da comunidade dos Luízes, iremos nesta sexta feira, 22 de julho, realizar uma manifestação em frente à sede da prefeitura de Belo Horizonte, buscando sensibilizar a sociedade frente à necessidade de defesa do patrimônio cultural da cidade. A indignação é ainda maior, pois foi a própria prefeitura que concedeu o alvará de construção a construtora Patrimar.

Contamos com o auxílio de todos para assegurarmos a preservação do quilombo urbano dos Luízes, legado histórico da cidade de Belo Horizonte. Solicitamos o reenvio para grupos igualmente injustiçados em nossa sociedade, salientando, no entanto, o caráter pacífico da manifestação.

Vale destacar a necessidade de preservação da nossa história, pois, os Luízes ancestrais deram uma ampla contribuição para a construção da cidade, a comunidade valoriza a riqueza cultural, por se caracterizar enquanto um pólo de tradições e costumes da cultura negra presente desde os tempos do antigo arraial. A importância da preservação deste quilombo urbano belorizontino consiste na emergência da valorização da nossa história, pois um povo sem história é necessariamente um povo sem identidade.

Acorda belo horizonte, acorda minas gerais.

http://www.cedefes.org.br/?p=afro_detalhe&id_afro=6397

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