A História ensinada às crianças e adolescentes dos colégios militares

ANPUH

Introdução

Em 13 de junho de 2010, a jornalista Ana Pinho trouxe à tona, em reportagem da Folha de São Paulo, mais um problema envolvendo política, memória e ensino de História: o livro didático adotado pelos Colégios Militares traz uma versão antidemocrática sobre a ditadura militar brasileira. O material que orienta o ensino de história de filhos de militares do exército e outros alunos admitidos por concurso é produzido pela Bibliex – Biblioteca do Exército – e vendido aos estudantes. Trata-se da obra “História do Brasil: Império e República”, de Aldo Fernandes, Maurício Soares e Neide Annarumma, que integra a Coleção Marechal Trompowsky. [1] A primeira edição é de 2001 e a que temos em mãos é a quarta, revisada, de 2005. Na obra, afirma-se que o 31 de Março de 1964 foi uma revolução democrática, reagindo às orquestrações do Partido Comunista, e também para moralizar a administração pública, e, portanto não se configuraria como um golpe contra um governo democraticamente eleito. O fechamento do regime é explicado como intransigência da oposição emedebista. As torturas e  assassinatos cometidos por setores das Forças Armadas no período não são mencionados.

A matéria suscitou posições contrárias ao uso da obra, publicadas no próprio jornal, tanto de leitores quanto de articulistas da Folha de São Paulo, como Hélio Schartzman e Melchiades Filho. O assunto foi debatido na lista de discussão do Grupo de Trabalho de Ensino de História da ANPUH. Em 05 de Agosto de 2010, a Associação Nacional de História (ANPUH) enviou carta ao Ministério da Educação, Ministério da Defesa e Casa Civil da Presidência da República, manifestando preocupação diante do fato de que o ensino de história nos Colégios Militares legitima o golpe de 1964, com evidente desconsideração das mais básicas evidências factuais e da historiografia que se constituiu sobre o período. A carta apelou também para o significado profundo do ensino e da aprendizagem nos moldes apresentados pelo material didático dos Colégios Militares: (mais…)

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Retratos do trabalho infantil no Brasil

Para cumprir os Objetivos do Milênio, seria preciso erradicá-lo, até 2015. Porém, 4 milhões de brasileiros entre 5 e 17 anos trabalham — 30% deles, mais de 40h semanais.

Por Expedito Solaney, no Escrevinhador

No dia 12 de junho comemorou-se o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão das Nações Unidas, pediu aos países membros que sejam tomadas medidas urgentes para erradicar o trabalho infantil perigoso que, neste momento, afeta cerca de 115 milhões de crianças em todo o mundo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detectou a existência de mais de 4 milhões de brasileiros com idades entre 5 e 17 anos que trabalham, dos quais 30% têm uma jornada semanal superior a 40 horas.

Expedito Solaney, secretário nacional de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), acaba de divulgar artigo seu, “Erradicar o trabalho infantil no Brasil!”, que contém dados e informações muito importantes sobre o assunto. O trabalho infantil não está restrito ao campo ou a carvoarias. Nas áreas urbanas ocorre muito trabalho de crianças, não raramente imposto por pais ou familiares ou por instituições tidas como respeitáveis. Vale a pena ler o artigo, que reproduzo a seguir (Pedro Pomar). (mais…)

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Na era das redes sociais, novo papel do jornalismo

Joel Simon é diretor do CPJ

Por que produzir informações relevantes sobre a sociedade tornou-se mais necessário que nunca. Como profissionais e blogueiros podem ser complementares. Entrevista com diretor do Comitê de Proteção dos Jornalistas

Por Sandra Petersmann, na Deutsche Welle

Às vésperas do Global Media Forum, que se realizou em Bonn, entre 20 e 22/06, a Deutsche Welle conversou com Joel Simon, o diretor-executivo do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) – organização internacional representada este ano na conferência em Bonn, cujo tema principal é “Direitos humanos e globalização: um desafio para a mídia”.

Qual é a sua definição de jornalista?

Joel Simon: Os jornalistas existem para colher e disseminar informação de relevância para a população. Há jornalistas profissionais que fazem isso, e há pessoas que fazem isso como cidadãos. Isso vai se modificando com o tempo. As novas tecnologias garantiram que nos dias de hoje existam um número nunca visto de jornalistas cidadãos. Na Alemanha, o jornalismo não é profissão para a qual se precise de um diploma. Qualquer um pode ser um jornalista. Nós [do Comitê de Proteção aos Jornalistas] defendemos os direitos dos jornalistas profissionais, dos freelancers e dos jornalistas cidadãos.

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Marcha das Vadias reúne cerca de 1.500 no Rio

Passeata na praia de Copacabana pede fim da violência contra a mulher e segue exemplo de outras cidades

A Marcha das Vadias que aconteceu neste sábado no Rio de Janeiro reuniu cerca de 1.500 pessoas, de acordo com a organização do manifesto.

A passeata começou no posto 4, na praia de Copacabana, e terminou em frente à 12ª Delegacia de Polícia, no posto 2, também em Copacabana. As manifestantes levavam cartazes com reivindicações e palavras de ordem.

Entre as reivindicações das manifestantes estão o fim da violência contra a mulher; o direito ao atendimento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS) para vítimas de violência sexual; melhorias nas Delegacias Especiais de Atendimento às Mulheres (DEAMs) e a qualificação das delegacias não especializadas para atender vítimas de violência sexual e doméstica, com capacitação de agentes da segurança pública sobre diversidade sexual. (mais…)

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