“Em defesa da Rondônia”

Os acontecimentos recentes no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau chocaram a todos nós. Segundo a versão divulgada pela imprensa, ocorreu “uma revolta generalizada no canteiro de obras, com depredação de alojamentos, veículos e equipamentos.”. Incendiar os alojamentos e seus pertences teria sido a forma encontrada pelos trabalhadores para reclamar das condições de trabalho a eles imposta. Tal versão, responsabilizando os trabalhadores pelos acontecimentos gerou um clima de medo em Porto Velho. Lojas e escolas fecharam as portas. Boatos de saques em lojas e supermercados espalharam-se por todos os lugares. Ao final, depois de passarem dias alojados em locais sem condições básicas de higiene, 7.000 trabalhadores foram mandados de volta aos seus estados de origem.

A quem interessou a divulgação dessa versão? A quem interessou propagar o medo? Como a rigorosa segurança não notou a entrada da grande quantidade de combustível utilizada nos incêndios? Por que apenas alguns ônibus, alojamentos e pertences dos trabalhadores foram queimados, sem que refeitórios/cozinhas, máquinas e equipamentos utilizados para produção da UHE Jirau fossem atingidos? Há muita coisa ainda a ser esclarecida sobre o que de fato ocorreu no dia 15 de março.

Uma coisa, entretanto, a cada dia fica mais clara: o desrespeito do Consórcio ESBR – Energia Sustentável do Brasil, formado pelas empresas Suez Energy, Eletrosul, Chesf e Camargo Corrêa com os direitos dos trabalhadores e das populações que serão atingidas pela construção da UHE Jirau.

De outro lado, o poder público parece dormente. O trânsito está caótico. As ruas da cidade se transformaram numa máquina de moer motociclistas. Os sistemas público e privado de saúde estão congestionados. O custo de vida aumentou. Os preços do aluguel e da venda de imóveis explodiu.

As tais compensações estabelecidas pelo enorme impacto causado em Porto Velho realmente compensam o estrago causado?

Queremos uma cidade e uma vida melhor, mas não somente para alguns. O desenvolvimento, além de sustentável, deve servir para alcançar o BEM COMUM.

Nós que aqui nascemos e Nós que para cá viemos dos mais diferentes cantos do Brasil e do mundo afirmamos, com orgulho e gratidão, que RONDÔNIA É NOSSA CASA. É nesta terra que estamos criando nossos filhos. É dela que tiramos o sustento diário para nossas famílias. É aqui que celebramos os momentos de alegria e que choramos as tristezas que a vida nos traz. É neste chão que pretendemos descansar. Portanto, é nossa obrigação impedir que Rondônia, mais uma vez, tenha sua riqueza explorada apenas para saciar o apetite da ganância de poucos.

FÓRUM RONDÔNIA VIVA

Enviada por Ruben Siqueira.

 

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