Estudo com mulheres na África envolvendo profilaxia pré-exposição vai ser interrompido

A profilaxia pré-exposição (PrEP) é um potencial método de prevenção antes de uma possível exposição ao vírus da aids, utilizando doses diárias de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de infecção.

Segundo análise preliminar do estudo, as mulheres negativas têm a mesma probabilidade de contrair o HIV como as outras que tomaram comprimidos placebos.

A Family Health International, uma organização sem fins lucrativos e voltada para a área de pesquisas contra a aids, anunciou os novos resultados nesta segunda-feira. O grupo lançou o estudo (FEM-PrEP) há dois anos e se inscreveram cerca de 2 mil mulheres do Quênia, da Tanzânia e da África do Sul. Desde a semana passada, 56 novas infecções pelo HIV ocorreram, metade em cada grupo.

Não foram detectados problemas de segurança com Truvada. No entanto, as mulheres que o ingeriram tiveram maior probabilidade de engravidar do que aquelas com placebo. (mais…)

Ler Mais

“Política indigenista é um problema desde a construção do Estado brasileiro”

Por Daniella Jinkings, da Agência Brasil

O governo brasileiro ainda trata a questão indígena como problema. A afirmação é do vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa. Segundo ele, até a década de 70, as políticas indigenistas eram quase inexistentes, no entanto, nos últimos anos, o governo tem reconhecido a importância da implementação dessas ações direcionadas aos povos indígenas.

“A questão da política indigenista é um problema desde a construção do Estado brasileiro. Isso já dificulta a elaboração e a construção dessas políticas. Além disso, temos uma visão colonialista, que embora tenha sofrido algumas alterações, ainda subsiste”, afirmou.

Para Feitosa, o governo ainda não desenvolve políticas indigenistas da forma correta, pois em vez de investir na coordenação dessas ações, acaba pulverizando-as entre os ministérios. De acordo com ele, as políticas relacionadas à saúde, à educação e aos procedimentos de demarcação de terra indígena ainda são os mais preteridos. (mais…)

Ler Mais

Que democracia racial é essa?

Rodrigo Martins*

Apesar da redução das disparidades propiciadas por programas de segurança alimentar, como o Bolsa Família, o abismo que separa brancos e negros no Brasil continua gigantesco. Essa é uma das conclusões do 2º Relatório Anual de Desigualdades Raciais, divulgado na terça-feira 19, pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os indicadores foram compilados a partir de diferentes bases de dados do IBGE, dos ministérios da Saúde e Educação, entre outras instituições públicas. O estudo revela que os afrodescendentes têm menor acesso ao sistema de saúde (uma taxa de não cobertura de 27%, frente aos 14% verificados entre a população branca), a exames ginecológicos preventivos, ao pré-natal e sofrem com uma taxa maior de mortalidade materna.

Por dia, morrem cerca de 2,6 mulheres pretas ou pardas por complicações na gestação, enquanto este mesmo problema acomete 1,5 mulheres brancas. Entre 1986 e 2008, a taxa de fecundidade das afrodescendentes caiu de forma mais acelerada (48,8%) que a das brancas (36,7%). No entanto, as mulheres pretas ou pardas se sujeitam com mais intensidade a procedimentos radicais de contracepção, como as laqueaduras. Quase 30% dessa população em idade fértil estavam esterilizada em 2006, frente a uma taxa de 21,7% das mulheres brancas. (mais…)

Ler Mais

Falhas na lei permitem que Estado contrate empresas denunciadas por escravidão

Roberta Lopes, Agência Brasil

A legislação brasileira ainda tem brechas que permitem que empresas inscritas na lista suja do trabalho escravo participem de licitações e fechem contratos com a administração pública. Segundo o secretário-executivo do Conselho Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), José Guerra, o que está funcionando são as resoluções do Conselho Monetário Nacional (CNM).

“O que temos é o parecer do CMN que proíbe todas as entidades financeiras de emprestar a essas empresas que estão na lista suja. Temos ainda o pacto empresarial, gerido pela OIT [Organização Mundial do Trabalho], Instituto Ethos e a ONG [organização não governamental] Repórter Brasil. Esse pacto tem mais de 150 empresas que se comprometem a não fazer negócios com quem está na lista suja e elas cumprem isso”, disse.

Ele citou como exemplo o caso das empresas que deixaram de comprar álcool e açúcar da Usina Gameleira, que entrou para a lista suja. (mais…)

Ler Mais

BNDES e ANGRA 3 – Manifesto pacífico do GREENPEACE

O Greenpeace está realizando na manhã desta segunda-feira, 25 de Abril, um manifesto pacífico na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. O protesto questiona o financiamento do Banco à construção da usina nuclear de Angra III.

No último dia 11 de Abril o Greenpeace já havia submetido ao Banco uma carta solicitando a revisão do financiamento a usina, até então sem resposta. Cerca de 58,6% da construção de Angra III deverá contar com financiamento de capital nacional – o que soma cerca de R$ 6 bilhões e 100 milhões para a obra.

Os 41,4% restantes – destinados ao pagamento de serviços de engenharia e equipamentos – resultariam de créditos estrangeiros disponibilizados por uma associação de bancos europeus, liderados pelo francês Société Generále. A garantia desse empréstimo, que seria dada por uma agência alemã de crédito à exportação (Hermes) num valor total equivalente a cerca de R$ 3 bilhões, está sendo reavaliada.

O acidente no complexo nuclear de Fukushima e o caos atômico no Japão reacenderam o debate sobre o uso da energia nuclear em todo o mundo. A catástrofe japonesa foi classificada com nível de severidade 7 e, junto de Chernobyl, é uma das maiores tragédias envolvendo o uso de energia nuclear.

(mais…)

Ler Mais

“Ao contrário dos partidos, movimentos sociais amadureceram”

Responsável por estabelecer a proximidade do governo de Dilma Rousseff com os movimentos sociais, o ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse que os movimentos sociais acabam compreendendo mais as demandas do país do que os próprios partidos políticos.

Para o ministro, os movimentos amadureceram no Brasil nas últimas décadas e, ao contrário dos partidos políticos, investiram da formação de seus quadros. Carvalhodefendeu a necessidade de uma reforma eleitoral no Brasil e apontou o voto em lista e o financiamento público de campanha como forma de mudar a atual realidade, que na sua avaliação induz à corrupção. Confira mais um trecho da entrevista de Gilberto Carvalho à Agência Brasil, 21-04-2011. (mais…)

Ler Mais

Índios versão 20 ponto 11

“No Brasil “metropolitano” acham que os indígenas amazônicos vivem na Idade da Pedra ou num paraíso (ou inferno) pré-industrial”, escreve Barbara Maisonnave Arisi, doutoranda do Programa de Antropologia Social da UFSC e que estagiou no Institute of Social and Cultural Anthropology da Universidade de Oxford, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 24-04-2011.

Segundo ela, “os índios brasileiros já mostraram que vieram para sobreviver. Desde 1500 têm conseguido se manter vivos, o que em si, já é um feito e tanto. Agora, parece que vão nos ensinar o que fazer para sermos um país rico em biodiversidade, em captura de carbono e em economia criativa”. Eis o artigo.

Acabo de retornar de estadia de campo na Amazônia e fico feliz ao constatar que os índios estão cada vez mais dominando novas tecnologias e com uma mentalidade 20.11, preparando-se para participar das grandes questões globais da segunda década do século XXI. Exemplos: meu aparelho celular não funcionava, pois na cidade de Atalaia do Norte só há uma operadora. Quem me salvou ao me emprestar seu aparelho novinho foi um garoto matis – considerado pela “regra de parentesco incorporador de antropólogos” meu irmão indígena. Fui surpreendida pelo lindo ringtone com um canto de pássaro amazônico que ouvia ao despertar quando morei na aldeia. “Uau, Makwanantê, que lindo. Como gravou o canto desse pássaro?” “Baixei via Bluetooth de graça no cybercafé da cidade.” Ok, eu também esqueço às vezes que trabalho com índios amazônicos versão 20.11, os magníficos matis, um povo de língua pano que vive na Terra Indígena Vale do Javari, segunda maior do País, com 8,5 milhões de hectares. (mais…)

Ler Mais

Desmatamento em terras quilombolas no Pará

Lideranças de dez terras quilombolas e especialistas avaliam a questão e discutem processos de controle e gestão das florestas pelas comunidades, em parceria com o governo e a sociedade.

Para combater o desmatamento nas florestas tropicais é necessário entender como ele ocorre e buscar alternativas. Com esses objetivos e para avaliar o que está ocorrendo em diversas terras quilombolas do Pará, representantes das comunidades do Estado participam, na próxima semana, em Belém, da oficina “Terras quilombolas e exploração madeireira”.

O evento está sendo promovido pela Malungu – Coordenação das Associações as Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará e pela Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP). Conta com o apoio do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e das agências de cooperação para o desenvolvimento Christian-Aid e ICCO. Ocorrerá no Hotel Beira Mar, na av. Bernardo Sayão, 4804, em Belém e é aberto à imprensa no dia 27 de abril (próxima quarta-feira). (mais…)

Ler Mais

O Grande Senhor da Casa Grande é “quase” preto

Por Arísia Barros

Os cinco séculos do fértil território rodeado pelas águas que os “desbravadores”, todos homens brancos, europeus, católicos, heterossexuais (?) descreveram como “um mundo de mata virgem, onde viviam índios nativos”, são quase todos, marcados pela política do ferro e fogo das capitanias hereditárias e da escravização geracional.

A governança do segundo menor estado das terras de Cabral promove um processo de redistribuição da política do mando, como um modelo europeizado de apartheid sócio-político, cristalizando a cartografia do poder na demarcação histórica de espaços institucionais: um cargo para você, dois para mim. Dois cargos para você, cinco para mim.

E para o povo?

Ah! Para a vencida e despolitizada ampla massa minorizada- que decide eleição- com o levantamento de bandeiras “por vinte contos”, ansiando por uma individualização da “república feliz”, é disponibilizado o “sistema de controle estatal”, ou a redistribuição da face invisível do poder. (mais…)

Ler Mais

PB – Serra do Talhado é reconhecida com remanescente quilombola

Serra do Talhado, em Santa Luzia é reconhecida com remanescente quilombola

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) reconheceu e declarou como terras da Comunidade Remanescente de Quilombo Urbana de Serra do Talhado, no município de Santa Luzia, a área de aproximadamente 16 hectares onde vivem 125 famílias quilombolas, muitas há aproximadamente 40 anos.

A portaria de reconhecimento foi publicada terça-feira (12) no Diário Oficial da União e é um dos passos mais importantes do processo de regularização de áreas quilombolas, executado pelo Instituto. A Comunidade Urbana de Serra do Talhado é a segunda comunidade paraibana a ser reconhecida pelo Incra como descendente de quilombo. A primeira comunidade reconhecida foi a Engenho do Bonfim, com aproximadamente 122 hectares de terras, onde vivem 22 famílias quilombolas. (mais…)

Ler Mais