Estudo com mulheres na África envolvendo profilaxia pré-exposição vai ser interrompido

A profilaxia pré-exposição (PrEP) é um potencial método de prevenção antes de uma possível exposição ao vírus da aids, utilizando doses diárias de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de infecção.

Segundo análise preliminar do estudo, as mulheres negativas têm a mesma probabilidade de contrair o HIV como as outras que tomaram comprimidos placebos.

A Family Health International, uma organização sem fins lucrativos e voltada para a área de pesquisas contra a aids, anunciou os novos resultados nesta segunda-feira. O grupo lançou o estudo (FEM-PrEP) há dois anos e se inscreveram cerca de 2 mil mulheres do Quênia, da Tanzânia e da África do Sul. Desde a semana passada, 56 novas infecções pelo HIV ocorreram, metade em cada grupo.

Não foram detectados problemas de segurança com Truvada. No entanto, as mulheres que o ingeriram tiveram maior probabilidade de engravidar do que aquelas com placebo.

“É surpreendente encontrar resultados como estes e que não podemos explicar ainda”, disse o especialista Timothy Mastro da Family Health International sobre os efeitos de Truvada nas mulheres que usam contraceptivos hormonais.

Em um comunicado, a organização disse que seria prematuro concluir que a profilaxia pré-exposição não funciona nesta população de estudo, e que mais análises serão necessárias para determinar o efeito do Truvada em mulheres.

O estudo foi patrocinado pela Agência Internacional de Desenvolvimento os Estados Unidos e pela Fundação Bill & Melinda Gates.

Em Novembro do ano passado, uma pesquisa chamada iPrEx foi publicado na revista New England Journal of Medicine, mostrando que homens que fazem sexo com homens reduziram em 43,8% as chances de se infectarem pelo HIV ao tomarem um comprimido por dia do mesmo medicamento, o Truvada.

Em Julho de 2010, os resultados do ensaio 004 CAPRISA mostrou uma redução de 39% no risco de infecção do HIV entre as mulheres que usaram um gel microbicida introduzido na vagina e composto em 1% do antirretroviral tenofovir. Em ambas as pesquisas acima, houve evidências de que quanto maior a aderência aos métodos de prevenção, maior a proteção, segundo os pesquisadores.

*Publicado originalmente em Agência Aids. Enviada por José Carlos.

 

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