O site da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) foi invadido por hackers na madrugada deste sábado. Segundo uma nota oficial da entidade, o ataque ocorreu logo após o pedido de investigação criminal contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) por racismo e injúria e difamação.
Os invasores publicaram dois textos na seção de notícias da página. Um deles, intitulado “Bolsonaro para presidente do Brasil”, continha os trechos: “A favor da família, contra a pederastia” e “CRUZADA CONTRA OS GAYZISTAS”.
O outro, sob o título “Os Fatos Sobre a Homossexualidade”, é um longo ensaio de teor bíblico extraído de um livro de mesmo nome.
Na nota da ABGLT, o presidente Toni Reis afirma considerar “triste vermos a internet, que foi criada para facilitar a comunicação, sendo utilizada criminosamente para promover a intolerância religiosa e incitar a violência, a discriminação e o preconceito contra a população LGBT”.
A invasão foi reportada ao serviço “SaferNet”, que recebe denúncias sobre esse tipo de crime. Uma queixa será protocolada na segunda-feira na Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos, em Curitiba. A ABGLT também anunciou que vai procurar o Ministério da Justiça e a Polícia Federal.
O caso
Na segunda-feira, Jair Bolsonaro criou polêmica ao ser entrevistado no programa CQC, da Band. Perguntado, em tese, sobre como enfrentaria a homossexualidade de um filho, o deputado respondeu: “Isso nem passa pela minha cabeça. Eles tiveram uma boa educação. Eu sou um pai presente, então, não corro este risco.”
Também declarou que não participaria de uma parada gay porque tal evento “promove os maus costumes”. “Acredito em Deus, tenho uma família, e a família tem que ser preservada a qualquer custo, senão a nação simplesmente ruirá”, completou.
Redator: Roberto Saraiva
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