Comunidades Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy: RISCO DE MASSACRE EM BELO HORIZONTE
Por Frei Gilvander Moreira
Estamos na iminência de despejos das Comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy e Dandara, em Belo Horizonte, MG, Brasil. Trata-se de 1.200 famílias sem-teto, que há 3 anos lutam para que seja respeitado o sagrado e constitucional direito à moradia, à dignidade humana e que a função social da propriedade seja cobrada pelo poder judiciário.
1 – A Comunidade Camilo Torres nasceu em 16/02/2008. São 142 famílias, que já construíram na luta, em mutirão e/ou como autoconstrução todas suas 142 casas de alvenaria. Libertaram da cruz do aluguel e da humilhação. Para nossa tristeza e indignação, um mandado de despejo já está nas mãos da Polícia que está sendo pressionada para realizar o despejo com urgência. A Comunidade está organizada, sabe dos seus direitos, tem muito apoio na sociedade e está disposta a resistir, porque não aceitará voltar a sobreviver na miséria com estavam antes.
Alertamos! Se a polícia for fazer o despejo, as lideranças não conseguirão convencer o povo a aceitar o despejo. Este não será feito sem a realização de um massacre na capital mineira.
2 – A Comunidade Dandara nasceu em 09/04/2009. Trata-se de 887 famílias sem-teto, que ocuparam “um latifúndio urbano abandonado”, cerca de 315 mil metros quadrados, abandonado, ocioso e sem cumprir sua função social há décadas. A Construtora Modelo, que luta na justiça pela reintegração da posse, estava devendo milhões em IPTU ao município de Belo Horizonte. As famílias, em mutirão e/ou em autoconstrução já construíram cerca de 800 casas de alvenaria. Libertaram do cruz do aluguel. Estão organizadas, sabem dos seus direitos e não vão aceitar despejo. Lutam há quase dois anos reivindicando DIÁLOGO com o prefeito de Belo Horizonte, com o Governo de Minas. Já conquistaram junto ao Governo Federal a promessa, por escrito, de que há dinheiro na esfera federal para solucionar de forma justa o conflito social que se instaurou na capital mineira.
3 – A Comunidade Irmã Dorothy nasceu em fevereiro de 2010. Trata-se de 135 famílias sem-teto que ocuparam área abandonada, no Barreiro em Belo Horizonte, ao lado da Comunidade Camilo Torres. Já construíram grande parte de suas casas de alvenaria. Estão em cima de propriedade que não cumpria sua função social, que de forma ilegal e imoral, foram transferidos do público para a iniciativa privada. Até 1992, os terrenos onde estão as Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy eram do Governo estadual de Minas Gerais. Logo, o Governo Estadual de Minas, o Sr. Antonio Anastasia, tem responsabilidade direta sobre as 227 famílias que ora estão na iminência de serem despejadas. (mais…)
Ler Mais