Grupo de pesquisadores está se mobilizando para denunciar para autoridades no Brasil e no exterior irregularidades socioambientais cometidas pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada em Santa Cruz, investimento dos grupos alemão ThyssenKrupp e Vale. Neste fim de semana, pela segunda vez no ano, a empresa foi multada pela Secretaria do Ambiente por ter lançado poluição sobre a população de comunidades próximas, na Zona Oeste do Rio.
“Estamos preparando laudos e outros tipos de documentação que ajude a comprovar os danos à saude dos moradores e ao meio ambiente”, informou à Plurale em site, a bióloga Mônica Lima, integrante do Comitê Bíia de Sepetiba Pede Socorro. Ela integra grupo multidisciplinar de especialistas que está acompanhando de perto o impacto da siderúrgica na Zona Oeste, desde o início da implantação.
A meta é entregar o dossiê não só para autoridades brasileiras, mas também para representantes da Alemanha, onde fica a sede da ThyssenKrupp e para sócios e acionistas da Vale em vários países. “A notícia sobre a poluição já chegou lá fora, mas queremos mostrar exatamente como está sendo feito este investimento”, disse a bióloga Mônica Lima.
Segundo ela, documentos para órgãos ambientais e acionistas alemães não mostravam como a fábrica está próxima de comunidades que já estão ali há anos. “Eles indicavam que não havia moradores próximos.”
Os laudos médicos do impacto da poluição na saúde dos moradores estão sendo feitos por especialistas da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e do Hospital Pedro Ernesto, da UERJ.
Mônica não mora na Zona Oeste, mas frequenta muito a região por causa da militância socioambiental. Foi uma das atingidas pela poluição, em agosto. “Senti os olhos arderem e precisei ser atendida com falta de ar e alergia generalizada”, conta.
Com a população próxima também sofrendo os efeitos da fuligem acinzentada que foi expelida em pleno Natal das chaminés da CSA, ela teme que com o fechamento do hospital estadual mais próximo, o Pedro II, fechado por causa de um incêndio, o sistema de saúde local não tenha condições de atender tantos casos de atingidos. “Será preciso reforçar a rede pública de saúde local e reabrir o Hospital Pedro II para dar tratamento digno para estas pessoas”, recomenda a bióloga.
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