Centro Nacional de Agroecologia: União em defesa do CEDAC

CDAC - reunião -

Movimentos sociais do campo de Goiás discutem com o Cedac a ampliação do Centro Nacional de Agroecologia Dom Tomás Balduíno

Jornal Cerrado em Rede

Está em curso um debate para a ampliação das ações do Centro Nacional de Agroecologia Dom Tomás Balduíno, coordenado pelo Cedac-Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado. Com a presença do ministro Gilberto Carvalho, várias entidades ligadas aos movimentos sociais do campo do Estado de Goiás: FETAEG, CPT, CONTAG, MST e FETRAF, como também o INCRA-GO, se reuniram em Goiânia para discutir detalhes desta ampliação.

Durante a reunião, vários representantes das entidades falaram da importância do trabalho desenvolvido pelo Cedac com agroecologia, produção orgânica e conservação do Cerrado junto a camponeses, agricultores familiares e extrativistas. O Centro Nacional de Agroecologia, agora Dom Tomás Balduíno, é uma homenagem coletiva a uma pessoa muito importante que não só defendia a causa camponesa e indígena, mas acreditava na grande potência da união dos movimentos sociais no campo.

Pensando em Dom Tomás Balduíno, o Centro Nacional de Agroecologia que já é um espaço de construção coletiva de saberes entre agricultores e técnicos, formação, troca de experiência em agroecologia e agroextrativismo, ampliará seu processo de formação, tendo foco especial nos jovens.

Os movimentos sociais se manifestaram em defesa do Centro Nacional de Agroecologia e a sua continuidade na área em comodato com a Embrapa, já que toda a área foi preparada para receber os agricultores para cursos de agroecologia

O CEDAC

O projeto do Centro Nacional de Agroecologia Dom Tomás Balduíno nasceu da experiência desenvolvida ao longo de 14 anos pelo CEDAC – Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado e a Rede de Comercialização Solidária de Agricultores Familiares e Extrativistas do Cerrado, que atuam como organização sócio-produtiva agroecológica, orgânica e agroextrativista de mais de 3600 famílias agroextrativistas em 74 municípios dos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins.

Em 2003 foi implantado pelo CEDAC um Centro de Formação em Agroecologia numa área cedida pela Embrapa, onde estão instalados sistemas demonstrativos de produção orgânica animal e vegetal. Neste Centro são realizados cursos em alternância para agricultores familiares e extrativistas do Cerrado, pesquisa, experimentação, inovação tecnológica e difusão.

Com o término da cessão da área pela Embrapa, o CEDAC, a Rede, o MST, a CONTAG, FETRAF, FETAEG, o INCRA-GO, a Prefeitura de Goiânia e a CPT vêm discutindo a criação de projeto para apoiar e estruturar um dos maiores desafios da agricultura
familiar camponesa, que é a distribuição e a comercialização com agregação de valor da produção agroecológica camponesa, frente aos mercados institucionais como PAA e o PNAE assim como o mercado convencional e orgânico.

O projeto de ampliação do Centro terá como estrutura os seguintes componentes: Centro de Referência em Pesquisa e Formação em Agroecologia; Centro de Distribuição da Produção Agroecológica Camponesa – (recepção, classificação, embalagem e expedição); Centro de Comercialização da Agroecologia Camponesa – vendas para mercado institucional, orgânico, convencional); Centro de Produção de Insumos Agroecológicos e Orgânicos – compostos farelados, orgânicos, caldas, extratos, biofertilizantes; e Centro de Armazenamento e Logística da Produção Agroecológica Camponesa.

Esses componentes permitem, em conjunto, promover dentro de uma área de 150 hectares da Embrapa, a produção familiar de horticultores, filhos de agricultores assentados de Goiânia e região, a produção com certificação orgânica de hortaliças e frutas em sistema comunitário direcionados para os mercados institucionais (PAA e PNAE) de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e entorno de Brasília e mercados convencionais.

Possibilitando a organização de um espaço estratégico de distribuição e comercialização de produtos da agricultura familiar camponesa no Cerrado, além de viabilizar a permanência e ampliação das ações de formação e pesquisa em agroecologia e agroextrativismo no Centro.

Resultados a serem alcançados: Capacitação de 1000 famílias por ano; Quatro cursos de verão para jovens e mulheres agroextrativistas; Estágios de vivência para formação de técnicos; Resgate e conservação de sementes e mudas crioulas; Visitas educacionais para crianças e jovens das redes de ensino destes municípios; Vitrine de tecnologias apropriadas à agricultura familiar camponesa, agroecológica, orgânica e agroextrativista; Assessoria técnica para 5000 famílias; Produção de máquinas e equipamentos adaptados à agricultura familiar camponesa; Produção de Insumos Orgânicos e Agroecológicos para agricultura familiar; Certificação Orgânica pelo SPG/CEDAC de 300 famílias por ano; e Viabilização de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar via PAA e PNAE.

Enviado para Combate Racismo Ambiental por Carlos Dayrell.

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