CPT – Em Nota, organizações manifestam apoio e solidariedade às 21 famílias de posseiros que vivem há 15 anos em área da Fazenda Vala do Rio do Peixe. Desde 2003, as famílias possuem escrituras públicas de posse, bem como o mapeamento da Agência Rural e ligação elétrica feita pela Celg. Confira o documento:
Nós, organizações sociais e sindicais, pastorais e apoiadores da reforma agrária, viemos manifestar o nosso apoio e solidariedade às vinte e uma famílias de posseiros da Fazenda Vala do Rio do Peixe, localizada no município de Santa Cruz de Goiás, no estado de Goiás, que sofrem uma ofensiva de intimidação, privação de liberdade e danos materiais do grupo Roma Empreendimentos Ltda.
A fazenda Vala do Rio do Peixe, propriedade de 250 alqueires, em torno de 1.250 hectares, era inabitada e inexplorada pelo proprietário. Há cerca de 15 anos, a terra começou a ser ocupada por famílias sem terra, que nela desenvolvem seus sistemas produtivos e tiram seu sustento com muito trabalho e dificuldades.
Porém, em um processo judicial que apresenta algumas possíveis irregularidades, o Grupo Roma Empreendimentos Ltda., cuja principal acionista é a deputada federal Magda Mofatto Hon, do PR de Goiás, foi imitido na posse, em 2012.
De forma arbitrária o grupo tentou retirar as famílias da área, com a presença de homens armados, helicóptero e com efetivo policial, não designados pela instituição jurisdicional para tal ação, mas as famílias resistiram a pressão, se organizaram e avançaram na disputa jurídica, conseguindo a suspensão da Liminar de imissão posse em favor do grupo, através de uma ação mandado de segurança. Posteriormente, houve uma ação de nulidade de registro que questiona a transferência duvidosa da área, ante a inexistência de requisitos mínimos previstos na Lei de Registros Públicos.
Entretanto, segundo relatos das famílias, fotografias, vídeos e boletins de ocorrência registrados por elas, desde o dia 12 de outubro, o Grupo Roma Empreendimentos Ltda., poucos dias após ter contestação no processo judicial, começou um processo de pressão psicológica, com a presença de helicóptero sobrevoando baixo sobre área; homens portando armas em punho circulando as posses; remoção de cercas de arame e implantação de porteiras na estrada de acesso; desmatamento e remoção de material de construção habitacional, com o objetivo de intimidar as famílias e obrigando que saiam da área.
Mas ao contrário, estão se fortalecendo.
Nesse sentido, somamos nossas forças e esforços para impedir que estas ações coronelistas tenham continuidade e denunciamos mais esta injustiça cometida sobre a classe trabalhadora deste país.
Assinam o documento:
Comissão Pastoral da Terra Regional Goiás
Comissão Pastoral da Terra Diocese de Ipameri
Central Única dos Trabalhadores – Go
Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás
Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Go
Núcleo de Pesquisa em Agroecologia e Educação do Campo – GWATÁ/UEG
Núcleo de Pesquisa sobre Ativismo em Perspectiva Comparada – Proluta – UFG
MAIS INFORMAÇÕES:
CPT Goiás: (62) 3223-5724
Elvis Marques (assessoria de comunicação da CPT): (62) 8444-0096