Cerca de 20 homens fizeram os trabalhadores de reféns e incendiaram parte dos barracos
Na manhã desta quarta-feira (26), cerca de 20 homens armados atacaram o acampamento Egidio Brunetto, em Amarante do Maranhão.
As primeiras informações dão conta de que a milícia é comandada por Elenice Murta, proprietária da área e por outros fazendeiros da região.
Segundo a direção estadual do MST, “os trabalhadores foram feitos reféns e alguns espancados. Os barracos foram incendiados e parte do acampamento destruído”.
Há ainda dois Sem Terra que desaparecem após o ataque
As ameaças começaram na segunda-feira (20), quando os mesmos homens invadiram o local e sob forte pressão definiram a próxima quarta-feira (1) como prazo limite para que as famílias desocupassem de forma “voluntária” e “pacifica” a área, sob a pena de serem retiradas à força.
O Movimento já entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública do Estado e com a Comissão de Direitos Humanos.
Até o momento não há a informação sobre feridos.
Histórico da área
O Acampamento Egídio Brunetto está localizado na Fazenda São Francisco, ocupada pelos Sem Terra no último sábado (15).
A propriedade faz parte da Gleba Sitio Novo, onde outros oito grileiros se apropriaram da área que soma mais de 10 mil hectares, e que, segundo informações do Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra), são áreas pertencentes à União Federal.
A Gleba atinge cerca de cinco municípios e se consolida como uma região onde impera o trabalho escravo e a pistolagem moderna, ou seja, substituíram os “jagunços” por milícias armadas preparadas para aterrorizar comunidades rurais na região.
A coordenação estadual do MST afirma em nota que se trata da mesma articulação que aterroriza há oito anos as comunidades Cipó Cortado e Batata da Terra, em senador La Roque, um dos municípios da região que abrange a Gleba.
Os Sem Terra aguardam um posicionamento do Incra e do Terra Legal sobre situação na região do acampamento Egídio Brunetto.