Grupo fechou as portas de edifício por cerca de 3 horas na terça-feira, 4. Objetivo era pressionar negociação com a presidência da Funai em Brasília.
Lideranças indígenas de três etnias ocuparam na tarde da última terça-feira (4), por cerca de quatro horas, o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Altamira, no sudoeste do Pará, com o objetivo de pressionar uma negociação com a presidência da Fundação em Brasília.
Em protesto, o grupo de 40 indígenas das etnias Xipaya, Curuaya e Assurini também fechou os portões do espaço, impedindo a entrada e saída dos servidores. Os índios cobram que a Funai e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberem a retirada de matéria-prima das terras indígenas para a construção de casas, postos de saúdes e escolas, obras que deverão ser custeadas pela Norte Energia, empresa empreendedora da usina hidrelétrica de Belo Monte. Segundo os indígenas, as empresas contratadas para executar as obras de melhorias nas aldeias estariam com dificuldades para transportar materiais como areia e seixo, o que estaria causando atrasos.
Eles também pedem a nomeação de um novo coordenador para a Funai de Altamira e que sejam definidos os limites das terras que pertencem aos povos Curuaia e Xipaia, dentro da terra indígena Cachoeira Seca, onde também vivem os índios Arara.
Uma equipe da Polícia Federal foi ao local negociar a saída pacífica dos índios, mas os líderes exigiram uma garantia de que a pauta seria discutida com o presidente da Funai. Após a negociação, eles concordaram em desocupar o prédio da Fundação com a garantia de que serão atendidos, em Brasília, na próxima segunda-feira (10). Os servidores que estavam no interior do prédio também foram liberados.