Cúpula da ONU sobre alterações climáticas é prorrogada em busca de acordo

Terra e mudança climaticaDa Agência Lusa

As conversações da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas, que ocorre em Lima, foram prolongadas extraordinariamente para este sábado (13) com o objetivo de superar o impasse entre países ricos e em desenvolvimento sobre as quotas de redução das emissões de carbono.

A disputa sobre a partilha de responsabilidades para reduzir os gases com efeito estufa ressurgiu no encontro de 12 dias em Lima, abalando as perspectivas para o ambicioso acordo ambiental. “Estamos quase lá. Nós precisamos apenas de fazer um esforço final” disse o ministro do Meio Ambiente peruano, Manuel Pulgar-Vidal.

Antes da aprovação oficial dos acordos em uma reunião plenária, deve ser esboçado o projeto do documento, que ainda estava em finalização. (mais…)

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Relatório da Comissão da Verdade – “O empresariado e a repressão: OBAN”

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O Correio da Cidadania publica abaixo trecho do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (a seção “O empresariado e a repressão”, que integra o Volume II do Relatório), a respeito da colaboração de diversos grupos empresariais, inclusive de mídia, ao regime militar. O documento conta como tais grupos se reuniam, arrecadavam dinheiro e declaravam lealdade ao regime de exceção que durou 21 anos.

CNV, em Correio da Cidadania

O empresariado e a repressão” (seção do Volume II do Relatório da Comissão Nacional da Verdade)

Nada é mais impactante na investigação sobre o papel dos civis ao longo do regime ditatorial do que a colaboração de grandes empresários no financiamento da estrutura da repressão. Sabe-se que propriedades particulares serviram de campo de extermínio de opositores do regime, como no estado do Rio de Janeiro, na Usina Cambahyba, pertencente à família de Heli Ribeiro Gomes, de Campos dos Goytacazes, e na Casa da Morte, em Petrópolis, do empresário alemão Mario Lodders.

O caso mais simbólico foi o da Operação Bandeirantes (Oban), criada em São Paulo após a decretação do Ato Institucional no 5 (AI-5). Após certa liberalização do regime quando Costa e Silva tomou posse em 1967, tornaram-se possíveis manifestações públicas de insatisfação com a ditadura, mediante grandes passeatas nas principais capitais do país, além de ações de oposicionistas no Parlamento federal. O governo resolveu, então, aumentar a repressão contra os opositores, baixando o AI-5, que suspendeu o habeas corpus para crimes políticos, fechou o Congresso Nacional por mais de dez meses, instituiu a censura prévia à imprensa e criou o Sistema de Segurança Interna (Sissegin), que se somou ao SNI. Em contraposição, grupos de resistência armada empreenderam algumas ações espetaculares, como assaltos a bancos, a captura do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, além da impactante deserção do capitão Carlos Lamarca, que abandonou o Exército para se juntar a uma organização de resistência armada. (mais…)

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Câmara de Volta Redonda vota mudança de nome da ponte Presidente Médici na próxima segunda (15)

Procurador Julio José Araujo Júnior, do MPF RJ. Foto: Adneison Severiano, G1 AM
Procurador Julio José Araujo Júnior, do MPF RJ. Foto: Adneison Severiano, G1 AM

Alteração atende à recomendação do MPF, que considera que atual nome ofende o princípio da impessoalidade e o direito à memória

MPF RJ

Após recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Câmara Municipal de Volta Redonda deverá votar na sessão da próxima segunda-feira (15) um projeto de lei para alterar o nome da ponte da cidade, que liga os bairros Aterrado e Niterói, de Presidente Médici para Dom Waldyr Calheiros. O procurador da República Julio José Araujo, autor da recomendação do MPF, irá acompanhar a sessão.

O projeto, do vereador José Jerônimo (PSC), é resultado da audiência pública realizada anteontem (11) na Câmara para debater a mudança do nome da ponte. Para o MPF, a deliberação 1.218, de 9 de novembro de 1973, que conferiu o atual nome, ofende o princípio da impessoalidade e o direito à memória. (mais…)

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Comissão ‘especial’ da inconstitucional PEC 215 pede prorrogação de prazo

Sonia Bone Guagagara na 'reunião extraordinária' do dia 10 de dezembro
Sonia Bone Guajajara na ‘reunião extraordinária’ do dia 10 de dezembro. Foto capturada de vídeo

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

A famigerada Comissão Especial que está discutindo a hipótese de estupro da Constituição via PEC 215 entrou ontem com requerimento de prorrogação de prazo. Temporária, ela deveria encerrar seus trabalhos até o fim deste ano. O pedido assinado pelo deputado Afonso Florence, seu presidente, pede que seu funcionamento se estenda “por mais 03 (três) sessões ordinárias”. Como justificativa, ele diz que “esta prorrogação é necessária, considerando a abrangência e a importância do tema objeto da PEC 215/00”. Acrescenta ainda estar encaminhando cronograma anexo, que entretanto não está disponível no site da Câmara.

Só para relembrar: esta semana os ruralistas (que têm maioria na ‘comissão’) tentaram dois golpes sucessivos, com o intuito de realizar sessões extraordinárias para oficialmente receberem, lerem e votarem o relatório e a proposta de substitutivos a serem apresentados por Osmar Serraglio. A  primeira, solicitada na manhã de terça-feira, 09/12, para as 16 horas da tarde do mesmo dia, contou com forte protesto de indígenas e seus aliados no Congresso e acabou por não ser realizada. Na segunda tentativa, no dia seguinte, o golpe foi duplo. (mais…)

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COP 20: Indígenas piden priorizar adaptación comunitaria en acuerdos climáticos

PRONACC_ok-377x400La adaptación es esencial para prevenir y atender a las poblaciones vulnerables frente al cambio climático

ServindiEl Pacto de Unidad de Organizaciones Indígenas del Perú invocó a los negociadores de la COP 20 no dejar de lado la necesidad de adoptar compromisos claros y transparente para promover programas de adaptación comunitaria que incorpore como aliados a las comunidades y pueblos originarios en la lucha contra el cambio climático.

Si bien a los países industrializados les interesa principalmente cerrar acuerdos en torno a medidas de mitigación la coalición indígena destacó que la adaptación climática comunitaria busca atender a las poblaciones vulnerables aprovechando su capacidad organizativa y solidaria.

“Los pueblos y comunidades hemos demostrado capacidad y sabiduría para adaptarnos a la variabilidad climática, generando conocimientos, desarrollando tecnologías y en especial formas de organización social que determinan la gestión colectiva del territorio” dijo al respecto Antolín Huáscar. (mais…)

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Manual da ONU promove direitos de pessoas LGBT no mercado de trabalho

Manual lançado hoje tem 80 páginas e apresenta compromissos e desdobramentos que empresas e empregadores podem  desenvolver  para  enfrentar  o preconceito  contra  a  população  LGBT. Tomaz  Silva/Agência  Brasil
Manual lançado hoje tem 80 páginas e apresenta compromissos e desdobramentos que empresas e empregadores podem desenvolver para enfrentar o preconceito contra a população LGBT. Tomaz Silva/Agência Brasil

Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil

O coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, disse ontem (12) que mulheres e homens transexuais estão em situação de grande vulnerabilidade no mercado de trabalho. Segundo ele, a discriminação e o preconceito se traduzem em dificuldade de acesso e permanência no emprego. Chediek cobra “cuidado e atenção especial” dos empregadores para que esses profissionais sejam respeitados.

“A exclusão que [transexuais] sofrem desde a infância e a adolescência impede que tenham, muitas vezes, educação de qualidade, formação profissional e/ou oportunidade de inserção no mercado. Por outro lado, mesmo quando têm qualificação adequada, sofrem discriminação e têm seus direitos limitados”, afirmou o coordenador, durante o lançamento do manual da Organização das Nações Unidas (ONU) Promoção dos Direitos Humanos de Pessoas LGBT no Mundo do Trabalho, no Rio. (mais…)

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“A sociedade como um todo foi violentada pela ditadura”

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No dia em que o Estado brasileiro endossou pela primeira vez lista que expõe quase 400 nomes de acusados por violações de direitos humanos na ditadura (1964-1985), a atual cúpula militar do país foi a protagonista ausente

Flávia Marreiro – El País

Nem comandantes das Forças Armadas nem o ministro da Defesa, Celso Amorim, compareceram à cerimônia de entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, nesta quarta, que cobrou explicitamente uma retratação das Forças Armadas como instituição e a punição dos violadores.

A presidente Dilma Rousseff chorou e prometeu adotar as recomendações do documento, mas também condenou o “revanchismo” e defendeu a transição democrática “à nossa maneira” que incluiu “pactos” e acordos políticos, uma referência à Lei da Anistia.

Coube ao coordenador da comissão, Pedro Dallari, depois, ampliar o mal-estar, acusando as Forças Armadas de não haver colaborado com as investigações. Antes, ele havia elogiado o ex-chanceler e agora ministro da Defesa, Celso Amorim, um civil, pela “condução do relacionamento” entre militares e civis durante o processo. (mais…)

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Brasil não pode perder chance de resolver “heranças” da ditadura, diz especialista

Comissão da Verdade logoUm dos diretores de uma organização internacional independente que já auxiliou mais de 30 países que criaram comitês para esclarecer e lidar com episódios traumáticos em sua história recente, o sociólogo peruano Eduardo González conhece bem os meandros que levaram ao relatório final da CNV (Comissão Nacional da Verdade), apresentado na quarta-feira à presidente Dilma Rousseff, em Brasília

Jefferson Puff – BBC Brasil

Ele veio ao Brasil diversas vezes nos últimos anos, e, entre 2007 e 2012, participou de apresentações ao Congresso Nacional para ganhar apoio à criação da comissão, além de reuniões em Brasília e articulações com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo.

No processo que acabou levando ao início dos trabalhos da CNV, em maio de 2012, o diretor do Programa de Verdade e Memória do ICTJ (International Center for Transitional Justice, ou Centro Internacional de Justiça de Transição), com sede em Nova York, chegou a revisar e sugerir alterações no texto da Lei 12.528, de 18/11/2011, que criou a comissão.

Para ele, os olhos do mundo se voltam ao Brasil neste momento e é imprescindível que o país, pela importância regional e internacional, dê continuidade ao trabalho da CNV com uma nova interpretação da Lei da Anistia – possibilitando o julgamento dos acusados por violações graves de direitos humanos entre 1964 e 1985, entre eles tortura, execuções e desaparecimentos. (mais…)

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