Profissional atendia a filha do suspeito quando foi ofendido. Situação foi na manhã deste sábado, em Campo Grande.
Nadyenka Castro, do G1 MS
Vítima de injúria racial na manhã deste sábado (6) enquanto atendia a uma paciente no Hospital Universitário (HU), em Campo Grande, o médico de 38 anos fala que é preciso mais respeito entre as pessoas.
“É preciso respeitar as pessoas independente de credo, religão, cor, classe social. As pessoas precisam saber que isso não cabe mais na sociedade”, disse ao G1 o profissional da área de saúde.
O G1 teve acesso ao boletim de ocorrência e consta no registro policial que a vítima atendia a filha do suspeito, de 64 anos, quando houve a ofensa.
O médico, que prefere não se identificar, conta que a paciente era atendida fora de um leito porque não havia um disponível no momento e por conta disso o suspeito se alterou.
“Ele não aceitava explicações e depois disse: você é um preto nojento”, fala o médico, explicando que a cena foi testemunhada pelo porteiro da unidade de saúde, por uma atendente e por um policial. O militar deu voz de prisão ao idoso, que teve pressão alta, foi atendido e depois levado para a delegacia de Polícia Civil.
Conforme o boletim de ocorrência, a filha do idoso era atendida porque havia se queixado de dores no peito durante a madrugada. Segundo informações do registro policial, a paciente tinha sido medicada no posto de sáude do bairro Aero Rancho e quando chegou ao HU não apresentava mais os sintomas. Por conta da confusão, ela foi atendida por uma médica.
O médico contou que já passou por situações semelhantes a deste sábado, “mas nunca tão claramente”.