A última morte ocorreu na última sexta-feira, quando Levi Coelho, 27, foi assassinado com dez tiros em frente à uma agência do Banco do Brasil da avenida Doutor João Machado (Estrada dos Franceses)
A Crítica
Apenas nos primeiros 56 dias de 2013, cinco homossexuais – entre eles um adolescente – foram assassinados em Manaus, conforme informou a presidente da Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis, Bruna La Close. Ela acusa as autoridades policiais de lentidão omissão nas investigações, uma vez que, de acordo com ela, nem um suspeito ou acusado foi detido até o momento pela polícia.
A última morte ocorreu na última sexta-feira, quando Levi Coelho, 27, foi assassinado com dez tiros em frente à uma agência do Banco do Brasil da avenida Doutor João Machado (Estrada dos Franceses). “A gente observa que a gente não vê nem em noticiário e nem nos tribunais que os assassinos de homossexual foram julgados ou estão cumprindo pena. Nossos cadastrados reclamam muito que não denunciam agressões verbais, físicas e psicológicas devido à própria discriminação que enfrentam nas delegacias, onde os escrivães debocham quando vão prestar queixa”, alegou a presidente da entidade.
De acordo com ela, a demora na resolução dos casos e conclusão dos inquéritos também desmotiva a formalização de denúncias. “Isso leva as pessoas a desistirem dos casos”, explicou. A entidade possui cadastradas nove mil pessoas e as reclamações e preocupações quanto aos casos de homicídio entre homossexuais é tratado nas reuniões que ocorrem a cada dois meses.
Por conta disso, a entidade encaminha, hoje (26/02), à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), um documento solicitando providências a respeito dos crimes que vêm ocorrendo na capital e mais rapidez na resolução dos mesmos.
“Já tivemos um primeiro contato com a SSP por telefone. Eles dizem que a Delegacia (Especializada em Homicídios e Sequestros) está fazendo a parte dela. Mas, quando liguei para a delegacia para saber como estava o andamento do adolescente morto em frente à escola há alguns dias por conta da sua orientação sexual, fui tratada mal por uma investigadora de nome Michele, que me disse que se quisesse, deveria ir à delegacia. Me identifiquei com membro da entidade que existe há 19 anos e mesmo assim fui tratada de forma grosseira”, reclamou.
A assessoria da Polícia Civil informou que o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Rafael Campos, destacou que a especializada investiga todo tipo de homicídio, independentemente de gênero, e que não há distinção na hora de investigar esses crimes. De acordo com ele, as causas dos crimes são diversas e investigadas individualmente. A assessoria da SSP informou que irá se posicionar assim que receber o documento.
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Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
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