Assassinato do dirigente do MST Mamede Gomes de Oliveira tem inquérito concluído

Da Redação Agência Pará de Notícias

Policiais Civis da 9ª Seccional Urbana de Mosqueiro desvendaram o assassinato do líder do Movimento dos Sem-Terra (MST) , Mamede Gomes de Oliveira, 58 anos. O crime ocorreu em 23 de dezembro do ano passado, no assentamento Mártires de Abril, localizado na Estrada Caruara, no distrito de Mosqueiro.

A vítima foi morta durante assalto, o que configura o crime de latrocínio. Três envolvidos no crime já estão presos. Outros dois permanecem foragidos. O inquérito já foi concluído e enviado ao Poder Judiciário. As investigações prosseguem para localizar os outros dois envolvidos no crime, ainda com paredeiro desconhecido. A informação foi divulgada neste domingo, 24, dois meses depois do crime.

O trabalho de investigação foi realizado pela equipe comandada pelo delegado Magno Costa. Os dados sobre as investigações vinham sendo mantidos sob sigilo para não prejudicar o andamento do inquérito. As provas levantadas descartaram totalmente a possibilidade de a morte do agricultor ter relação com questões de terra.

Conforme os policiais, a solução do crime veio depois da prisão de um dos envolvidos no assassinato, Luís Henrique Pinheiro Santos, 28, de apelido “Máscara”, apontado como o autor do homicídio. Flagrado com um revólver calibre 38, ele foi preso em sua casa às proximidades do local do crime. Em depoimento, o suspeito revelou detalhes da ação criminosa da quadrilha composta por cinco homens, todos envolvidos em assaltos na Região Metropolitana de Belém. Dois deles são Salu da Silva Guimarães e Eden Cordeiro Amaral, conhecido por “Batoré”.

Salu da Silva é mototaxista e reside no assentamento Paulo Fonteles, bairro Sucurijucara. Ele é apontado como o responsável pelo transporte das armas e por dar fuga para dois outros componentes da quadrilha que estão com nomes em sigilo para não atrapalhar as investigações. Salu transitava na área do assentamento sem despertar suspeitas, pois usava a profissão como disfarce. Ele foi visto por várias vezes pela vizinhança ao lado de pessoas suspeitas na região.

Já Eden Amaral é conhecedor da área de mata nos arredores do assentamento Mártires de Abril, próximo da casa da vítima. Ele foi o encarregado em dar a fuga pelo mato aos comparsas. Foi ele quem indicou a casa de Mamede para o bando cometer o assalto, já que era vizinho da vítima.

Depois da prisão de “Máscara”, ele revelou o local onde havia sido deixada a arma roubada da vítima, durante o assalto: uma espingarda, que estava abandonado em um matagal, situado em frente à casa de “Batoré”. Após uma busca na área, os policiais localizaram a arma, que foi apresentada e reconhecida pela esposa da vítima como sendo a arma de propriedade de Mamede, roubada no dia do crime.

Após o latrocínio, “Batoré” ficou desaparecido, mas acabou preso, no último dia 6, junto com Salu Guimarães. Segundo informou o investigador Alves, no dia do latrocínio, o plano dos bandidos era “Batoré” ir até em frente à casa da vítima, para dar o sinal aos comparsas, que aguardavam no matagal perto da casa para efetuar o assalto. Porém, no momento em que “passava o pano” no local, “Batoré” foi visto por Mamede que o abordou, perguntando-lhe para onde estava indo. “Batoré” inventou a desculpa de que estava indo pegar uma madeira na área.

Suspeitando que tivesse sido visto pela mulher da vítima, “Batoré” disse aos demais membros do bando que o plano havia dado errado. Foi nesse momento que Mamede, desconfiado, seguiu “Batoré” armado com a espingarda, e acabou por se deparar com o restante da quadrilha armada. A vítima tentou render o bando, mas acabou baleado com um tiro de revólver calibre 38 no peito. Mesmo baleado, Mamede ficou caído no chão, pedindo socorro, enquanto os bandidos fugiam pela mata, levando a arma da vítima. Mamede ainda chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Municipal de Mosqueiro, mas não resistiu.

http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=118063

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