Compartilhado por Sonia Mariza Martuscelli, o texto abaixo é parte de um grande artigo sobre Cuba, publicado por em http://www.gilvander.org.br/artigos/57-cuba-uma-estrela-cintilante.
“Outro exemplo muito importante é na alimentação. Um camponês vende um ovo de galinha a 2,00 pesos para o Estado e o Estado vende o mesmo ovo nas tendas estatais para as pessoas por 0,20 centavos. O camponês vende 1 litro de leite para o Estado a 2,5 pesos e o Estado vende nas tendas a 0,20 centavos. Isso é incrível. Um país que sofre com o bloqueio consegue garantir qualidade de vida para os camponeses que vivem no campo, valorizando o seu produto, com venda garantida dos alimentos para o Estado, incentiva a agricultura na produção de alimentos e repassa os alimentos a baixo custo para a população. Essa é uma estratégia para superar os malefícios do bloqueio.
Dessa forma os camponeses se motivam a continuar no campo e produzirem alimentos e o mais importante: alimentos saudáveis sem uso de agrotóxicos. Cuba vem trabalhando e mostrando na prática que é possível produzir alimentos agroecológicos de forma sustentável. Diferente do Brasil que a cada dia fortalece o agronegócio, a concentração da terra, a intensificação dos monocultivos e transforma o Brasil num grande lixão das transnacionais com uso abusivo de agrotóxicos e poluindo os alimentos da população, o solo e as águas. Não é por acaso que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo: 713 milhões de litros por ano, 3,5 quilos para cada pessoa, em média.
Na conjuntura atual Cuba tem como estratégia principal garantir a soberania alimentar, depender o mínimo de alimentos importados. Cuba hoje exporta café, açúcar, tabaco, cacau e outros produtos. E importa em grande quantidade ainda, por exemplo, arroz e leite em pó. Em cima da frase dita pelo comandante Fidel – “O dever patriótico número um do campesinato cubano é produzir para o povo” – está sendo feito uma campanha nacional sendo traçadas linhas políticas de incentivo à agricultura para a produção de alimentos. Com a elaboração da lei 259 – “Entrega de terras em usufruto”, de 11 de julho de 2008, segundo a qual o Estado repassa terras que estão ociosas para as pessoas que querem trabalhar na agricultura com o compromisso de produzirem alimentos.
Desde o surgimento desta lei mais de 100 mil famílias já voltaram para o campo para a produção de alimentos. O que mostra que a produção só vem aumentando. E o governo supervaloriza o preço dos alimentos. O que garante a permanência dos agricultores no campo. O estado, através da ANAP (Associação Nacional de Agricultores Pequenos) que está presente em todas as Províncias de Cuba, garante a compra de 80% da produção dos camponeses; ficando 20% para consumo da família produtora. E o camponês que quiser vende seus 20% nas feiras, na beira das estradas ou em casa. Para se ter ideia as pessoas que mais têm poder de ingresso de dinheiro em Cuba são os camponeses. Onde já se viu isso em um país capitalista!
É lindo ver a alegria e a satisfação dos camponeses na lida com a terra. Eles têm convicção da sua importância para o país. Orgulham-se de ser camponeses. A meta do governo cubano é não precisar importar nenhum alimento. Há planejamento da produção de alimentos. A demanda é distribuída por região. É informado aos camponeses os alimentos que o Estado precisa. Os agricultores plantam levando em consideração a demanda da região e do país. Por exemplo, se em uma determinada região tem potencial para a produção de milho, arroz e feijão, com certeza essa região potencializa suas forças na produção desses alimentos, e assim vai se fazendo o planejamento e garantindo uma agricultura diversificada e cumprindo as metas. Os camponeses têm a tarefa de produzir. O transporte e a comercialização são por conta do Estado. Os caminhões do Estado buscam a produção nas propriedades. Os camponeses têm assistência técnica garantida pelo Estado. Cuba, somente em 2009, formou mais de cinco mil agrônomos. Todos os meios de produção são garantidos, como ferramentas, sementes etc.
O Presidente Raul Castro convocou toda a juventude para vir para o campo contribuir na produção de alimentos. É uma realidade bonita de se ver. Jovens que até trancam suas matrículas na Universidade para prestar ajuda ao Estado, ao seu país. Professores Universitários que prestam trabalho solidário no campo na produção de alimentos. Em Cuba existe uma solidariedade que contagia as pessoas e é um processo de humanização muito grande. Todos os cubanos, desde as crianças até os idosos, sabem do problema que é o bloqueio dos EUA, existe uma consciência fantástica por parte das pessoas. E todos contribuem como podem.”
Companheiros,
A luta, infelizmente ainda está longe do fim, mas se todos nós nos unirmos e nos esforçarmos, certamente sairemos vitoriosos!
Peço a todos vocês que assinem e me ajudem a divulgar uma petição que pressionará o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional a fazer valer o que já está previsto na Constituição no que se refere a mídia.
Por uma mídia mais democrática!
http://www.avaaz.org/po/petition/Pela_Democratizacao_dos_Meios_de_Comunicacao/?fkCeocb&pv=1
Se conseguirmos unir todos os movimentos que têm lutado por um país mais democrático, conseguiremos um número de assinaturas significantes para pressionar o STF. Lembrando que já se encontra naquela casa o Monvimento pela apuração da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão [ADO] nº 10 que se encontra no Supremo Tribunal Federal desde 2010, que pede que se declare a omissão inconstitucional do Congresso Nacional em legislar sobre as matérias constantes dos artigos 5°, inciso V [direito de resposta]; 220, § 3º, II [meios legais que garantam à pessoa e à família defesa contra programas de RTV e propaganda de produtos nocivos à saúde]; 220, § 5° [oligopólio ou monopólio]; 221 [princípios para a produção e programação de RTV]; 222, § 3º [observância do art. 221], todos da Constituição Federal, dando ciência dessa decisão àquele órgão do Poder Legislativo, a fim de que seja providenciada, em regime de urgência, na forma do disposto nos arts. 152 e seguintes da Câmara dos Deputados e nos arts. 336 e seguintes do Senado Federal, a devida legislação sobre o assunto.
Obrigado a todos!