Da Agência Brasil
Brasília – Cerca de 50 ex-trabalhadores das multinacionais Shell do Brasil (atualmente Raízen) e Basf S/A, da região Paulínia do estado de São Paulo estão reunidos desde as 8h de hoje (14) em frente ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) em Brasília. Os manifestantes aguardam audiência de conciliação marcada para o início da tarde com objetivo de discutir reparação dos danos causados aos operários de uma fábrica de pesticidas.
Faixas e cruzes para representar as 61 mortes causadas pela contaminação estão espelhados em frente ao auditório do TST, onde será realizada a audiência pública. Por quase 30 anos, trabalhadores da fábrica, que funcionava em Paulínia (SP), foram expostos e contaminados com produtos químicos. De acordo com o representante dos trabalhadores expostos a substâncias químicas e organizador da manifestação, Francisco Tavares Gomes, a ação civil pública para reparação dos danos está em julgamento há mais de 10 anos.
Segundo Tavares, a decisão da Justiça, que em março do ano passado concedeu o tratamento aos trabalhadores, não dá garantia e segurança aos operários afetados pela contaminação. “Esperamos que a audiência venha atender às necessidades de continuar o tratamento de saúde, não só pagando os exames e as consultas, mas também dando auxilio para tratamento e remédios. Queremos que a decisão de conciliação seja uma decisão definitiva, que nos traga certeza de que o tratamento será definitivo”.
De acordo com o advogado do sindicato e associações, Vinícius Cascone, o principal interesse dos trabalhadores é que seja garantida a assistência à saúde. “As empresas entendem que não houve nenhum dano à saúde dos trabalhadores e a gente entende que, diante dos números de casos já constatados, é claro e notório que a empresa contaminou todo o ambiente e é natural que quem estava no meio dele também foi exposto”, explicou. A indenização por danos morais pode chegar a R$ 1 bilhão.
Antônio Demarco Rastreiro, coordenador da associação dos ex-empregados da Shell/Basf falou sobre a contaminação dentro da fábrica e da importância de se ter um atendimento diferenciado para prevenir e curar os efeitos de cada trabalhador. “Estamos aqui para tentar uma conciliação que vai atender todas as necessidades da nossa saúde, porque diante da exposição que nós tivemos dentro da fábrica, as evidências de alteração de saúde de cada trabalhador foi por causa da ocupação operacional dentro da Shell”, garantiu.
Edição: Davi Oliveira
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Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
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