Integrante do MST é encontrada morta por asfixia em Campos

Dez dias após a execução a tiros de Cícero Guedes dos Santos, 48 anos, líder do MST em Campos, outro integrante do movimento foi assassinado na região. A lavradora Regina dos Santos Pinho, 56, foi encontrada morta por asfixia, nesta quarta-feira, em casa, no assentamento Zumbi dos Palmares 4. Ela estava com um lenço amarrado no pescoço e com parte do corpo nu. O Incra enviou representantes da Ouvidoria Agrária para acompanhar as investigações.

De acordo com o delegado da 146ª DP (Guarus), Carlos Augusto Guimarães, responsável pelo caso, não está descartada da linha de investigação a disputa de terra. “Por enquanto, já ficou claro que não foi latrocínio (roubo seguido de morte), porque encontramos na casa dela dinheiro e objetos de valor. Mas não descartamos também crime sexual, e a questão envolvendo o problema da terra. Não há sinais de luta, nem marca de sangue próximo ao corpo, que estava em adiantado estado de decomposição”, detalhou.

Regina morava sozinha no seu lote e atuava no MST há dez anos, além de praticar atividades junto à Comissão Pastoral da Terra. Ela foi vista pela última vez no domingo, chegando de carona numa moto. Segundo vizinhos, a vítima voltava de São Francisco do Itaboapona, também no Norte Fluminense, onde foi buscar um utensílio doméstico no bar de um amigo.

A polícia chegou até a casa dela porque colegas estranharam o fato de Regina não ter comparecido à missa de Sétimo Dia de Cícero, de quem era muito amiga.

O líder do MST morava num assentamento próximo ao lote de lavradora — Zumbi dos Palmares 1. As duas vítimas tinham o título de domínio do lote onde moravam, mas participavam de ações voltadas para a reforma agrária. Com as duas mortes, o clima na região é de medo.

http://www.cptnacional.org.br/index.php/noticias/13-geral/1459-integrante-do-mst-e-encontrada-morta-por-asfixia-em-campos

Comments (2)

  1. É com muita preocupação e tristeza que recebemos mais esta notícia. A impunidade vai se juntando com a omissão do governo no encaminhando das demandas de terra – e tudo estimula para mais violência. Precisamos todos nos juntar na bandeira de luta contra a violência no campo que atinge sem terras, assentados, indígenas, quilombolas, e tantos outros povos tradicionais do Brasil.

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