por Raquel Rolnik
No último fim de semana, moradores, comerciantes e frequentadores da Praça Roosevelt realizaram um protesto contra a decisão do prefeito Gilberto Kassab de retirar a feira livre que acontece no local todos os domingos há mais de 60 anos. Os manifestantes também recolheram mais de 3.500 assinaturas num abaixo-assinado que pede que a feira permaneça no mesmo local.
Em declaração à reportagem da Folha Online, um feirante afirma que no início do ano eles receberam notificação da Prefeitura dizendo que cada comerciante deveria procurar outras feiras para trabalhar. De acordo com o feirante, depois que o grupo se organizou e procurou o sindicato, a Prefeitura mudou de posição e agora diz que busca outro local para a feira nas proximidades da praça.
O portal do Estadão publicou trecho de uma nota da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras em que o órgão afirma que o objetivo da ação é “melhorar a circulação de pedestres e garantir o ordenamento do espaço público no entorno da Praça Roosevelt”.
Mais uma vez, neste caso, percebemos como as decisões da Prefeitura são tomadas sem que ninguém seja ouvido. Esta é uma decisão que afeta a vida de comerciantes, moradores e frequentadores da praça, mas ninguém teve a chance de dizer o que pensa a respeito, de negociar e propor soluções alternativas. Além disso, a visão da Prefeitura relega as demais funções do espaço público e da rua aos imperativos da circulação de pessoas, como se esta fosse a única questão relevante.
É preciso destacar ainda a importância da organização da população, que, em São Paulo, cada vez mais tem protestado e reivindicado participação nas tomadas de decisão, propondo alternativas a medidas tomadas unilateralmente. Está mais do que na hora, portanto, de a Prefeitura começar a ouvir a população e a dialogar antes de tomar decisões.
Fim de feira na Praça Roosevelt: feirantes, moradores e frequentadores protestam