Indígenas são atendidos com afastamento de Lindalva Coutinho do comando do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), que por cerca de 180 dias ficará em processo de intervenção. Foi o que decidiram representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Ministério Público Federal e lideranças indígenas, em reunião ontem com cerca de 200 índios de diversas etnias de Rondônia, que estavam há 15 dias acampados na sede da Fundação Nacional de Saúde em Porto Velho. A informação é do deputado federal Padre Ton (PT), que acompanha os protestos.
A gestão do Dsei, sob comando há mais de três anos de Lindalva Coutinho, vinha sendo questionada pelos povos indígenas, que se mobilizaram contra a precariedade do atendimento prestado. “Existem sérias denúncias ligadas à má gestão do Dsei, como a falta de utilização de recursos para atendimento à saúde indígena, e enquanto isso crianças e adultos de etnias de Guajará-Mirim, Porto Velho e outras regiões do Estado estão morrendo por falta de atendimento médico. A queixa é unânime: o problema não é falta de dinheiro, mas a inoperância, a não execução das políticas públicas”, esclarece Padre Ton.
Segundo Iremar Ferreira, representante do mandato na reunião, o processo de intervenção na Dsei terá a coordenação da funcionária Ledir. Durante este período, será feito levantamento da situação dos recursos existentes em caixa; da execução das políticas de assistência à saúde e terá início um esforço para que as prefeituras que estão com dinheiro em caixa “e não sabiam como agir” possam executar ações em benefício dos índios.
Ficou decidido, ainda, que a cada 10 dias uma liderança indígena terá acesso às informações levantadas pela comissão interventora. Existem problemas em todos os pólos abrangidos pelo Dsei, que são Ji-Paraná, Guajará-Mirim, Porto Velho e Alta Floresta, além de Humaitá (AM). A escolha de nova coordenação para o Distrito pode ocorrer antes do prazo.
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