Programa de incentivo à cultura prevê benefícios para a população negra

A ministra Ana de Hollanda (E) participou do lançamento da Frente - Foto: Marina Ofugi / MinC

Por Denise Porfírio

Conscientizar parlamentares e a sociedade civil sobre a importância da cultura afro-brasileira para o País é uma das propostas defendidas pela Frente Parlamentar Mista de Cultura, relançada na manhã desta quarta (06), no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. A iniciativa contou com a participação de diversas autoridades, de representantes de movimentos culturais e da classe artística.

A ministra da Cultura Ana de Hollanda participou do evento, e lembrou que o fomento do diálogo é fundamental para o avanço das políticas públicas para a cultura: “Sem dúvida, a criação da Frente Parlamentar é um instrumento fundamental no fomento desse diálogo, para que possamos, com isso, construir políticas públicas fundamentais para a nossa área. E o caráter plural e suprapartidário da Frente só aumenta sua representatividade e importância dentro dessa elaboração”, disse.

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Ações Afirmativas: bolsas de Iniciação Científica CNPq/Seppir

por Secom

Para complementar as ações afirmativas nas universidades, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Ministério da Ciência e Tecnologia (CNPq/MCT) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) lançam chamada para o Processo de Inscrição 2011/2012 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (Pibic-Af).

O programa visa aumentar a participação de grupos sociais em espaço tradicionalmente não ocupados. As bolsas terão duração de 12 meses e destinam-se a instituições públicas que já participem do Pibic ou do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). As inscrições devem ser feitas na página do CNPq na internet, na Plataforma Carlos Chagas, até 2 de maio. Os resultados serão divulgados a partir do dia 20 de junho.

 

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TO – Com nome na “lista suja”, empregador repete exploração

Presente no cadastro de infratores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) desde julho de 2007, Geraldo Otaviano Mendes teve mais um de seus empreendimentos rurais flagrados com escravidão contemporânea

Por Bianca Pyl

A inclusão na “lista suja” do trabalho escravo não foi suficiente para a mudança de conduta do fazendeiro Geraldo Otaviano Mendes. Presente no cadastro de infratores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) desde julho de 2007, o empregador teve mais um de seus empreendimentos rurais flagrados com pessoas submetidas à escravidão, em fevereiro.

Fiscalização que uniu esforços do MTE, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF) encontrou seis trabalhadores escravizados na carvoaria da Fazenda Gerez, em Conceição do Tocantins (TO). Uma das vítimas era um adolescente com menos de 18 anos de idade. (mais…)

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Mudanças Climáticas: Catástrofes podem ser mais frequentes no Rio, mostra estudo

Flávia Villela, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Inundações, alagamentos, deslizamentos de encosta, falta de água potável e de alimentos, mortes, danos pessoais e governamentais. As tragédias citadas podem ser tonar frequentes na região metropolitana do Rio de Janeiro. É o que mostra o estudo Vulnerabilidades das Megacidades às Mudanças Climáticas: Rio de Janeiro, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Universidade de Campinas (Unicamp). A pesquisa, dividida em 13 temas, foi divulgada ontem (7), na prefeitura do Rio.

As projeções, do levantamento que reuniu também 29 colaboradores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fiocruz, do Instituto Pereira Passos e da Fundação GeoRio, são de elevação da temperatura máxima anual e da ocorrência de dias e noites mais quentes, além do aumento da duração das ondas de calor. A média da temperatura máxima deve passar dos 35,5 graus Celsius (°C) – entre 2011 e 2040 – para 38,6 °C, de 2071 a 2099.

Praias como as do Leblon podem desaparecer nos próximos cem anos, e o mar, destruir calçadas e ruas na orla carioca, causando danos à infraestrutura de saneamento, como tubulações de esgoto. Populações inteiras que hoje vivem às margens das lagoas e baías do Rio e municípios da região metropolitana teriam de ser removidas. Enchentes como as que ocorreram na região serrana do Rio, em Niterói e nos morros da cidade do Rio devem se tornar cada vez mais frequentes. (mais…)

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Irresponsabilidade organizada e as catástrofes ambientais: um olhar a partir de Ulrich Beck, artigo de Haide Maria Hupffer e Roberto Naime

Ecodebate – O tema da sociedade produtora de risco global ambiental desenvolvido por Ulrich Beck é paradigmático neste começo de século. De um lado, assiste-se a consolidação da sociedade de risco mundial com a ocorrência de catástrofes ambientais resultantes de decisões tomadas no processo de industrialização e globalização. Por outro lado, desaparece a hierarquização de quem sofre as consequências dos riscos produzidos pela sociedade industrial. Ou seja, todos estão expostos aos riscos e catástrofes ambientais, tanto países desenvolvidos quanto países subdesenvolvidos, pessoas ricas e pobres, sem exceção. Claro que o autor não desconsidera que a camada mais pobre é a mais atingida frente aos riscos da sociedade global.

Os riscos ambientais não se refletem apenas localmente. Eles se deslocam, invadem fronteiras, atravessam continentes e comportam danos sem limites, globais, incalculáveis e irreparáveis ao meio ambiente. Beck alerta que há uma crescente exportação invisível de perigos e riscos ambientais, ou seja, eles cruzam fronteiras sem ser detectados. Um exemplo que caracteriza o risco transnacional e transtemporal é o acidente ocorrido com petróleo no ano de 2010 nos Estados Unidos. É impossível calcular hoje toda a dimensão dos impactos e riscos socioambientais decorrentes, e riscos associados.

As informações distorcidas e enganosas sobre as tragédias ambientais mostram que, como se, num passe de mágica a simples compensação financeira (princípio do poluidor-pagador) fosse capaz de zerar os impactos e os riscos sociais e ambientais causados ao meio ambiente. (mais…)

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Começou a campanha contra o uso de agrotóxico e pela vida no Espírito Santo

Flavia Bernardes

As entidades ligadas a Via Campesina, que reúne agricultores familiares de todo o País, iniciaram nesta quinta (7) um ciclo de debates  para lançar a ‘Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida’. O objetivo da campanha é debater com a sociedade as conseqüências do uso de agrotóxicos, buscando o combate da sua aplicação em todo o País, segundo a Via Campesina.

Entre os debates a serem abordados durante todo este dia estão os impactos sociais e ambientais do uso do agrotóxico e sobre quais suas conseqüências do uso e do consumo de agrotóxico influem negativamente na saúde humana. A última palestra do dia será realizada na Faesa, em Vitória, às 19h, e discutirá um novo modelo de produção para o campo no País.

Entre os debatedores estarão o Dirigente Nacional do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) Sérgio Conti e a doutora em Economia Política e professora da Escola Nacional Florestan Fernandes Roberta Traspadine. (mais…)

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As mulheres não são homens, por Boaventura

A cultura patriarcal tem uma dimensão particularmente perversa: a de criar a ideia na opinião pública que as mulheres são oprimidas e, como tal, vítimas indefesas e silenciosas. Este estereótipo torna possível ignorar ou desvalorizar as lutas de resistência e a capacidade de inovação política das mulheres.

Boaventura de Sousa Santos

No passado dia 8 de março celebrou-se o Dia Internacional da Mulher. Os dias ou anos internacionais não são, em geral, celebrações. São, pelo contrário, modos de assinalar que há pouco para celebrar e muito para denunciar e transformar. Não há natureza humana assexuada; há homens e mulheres. Falar de natureza humana sem falar na diferença sexual é ocultar que a “metade” das mulheres vale menos que a dos homens. Sob formas que variam consoante o tempo e o lugar, as mulheres têm sido consideradas como seres cuja humanidade é problemática (mais perigosa ou menos capaz) quando comparada com a dos homens. À dominação sexual que este preconceito gera chamamos patriarcado e ao senso comum que o alimenta e reproduz, cultura patriarcal.

A persistência histórica desta cultura é tão forte que mesmo nas regiões do mundo em que ela foi oficialmente superada pela consagração constitucional da igualdade sexual, as práticas quotidianas das instituições e das relações sociais continuam a reproduzir o preconceito e a desigualdade. Ser feminista hoje significa reconhecer que tal discriminação existe e é injusta e desejar activamente que ela seja eliminada. Nas actuais condições históricas, falar de natureza humana como se ela fosse sexualmente indiferente, seja no plano filosófico seja no plano político, é pactuar com o patriarcado. (mais…)

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