Belo Monte: viabilizar projetos siderúrgicos da SINOBRAS

Enviada por Ricardo Verdun:

Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico desta sexta-feira (08/04) a Siderúrgica Norte Brasil S.A. (SINOBRAS), localizada no Distrito Industrial de Marabá (Pará), está com um novo projeto siderúrgico de US$ 1,5 milhão (25% da Vale e 75% da Aço Cearense) em instalação em Marabá, no sudeste paraense.

Segundo a matéria a SINOBRAS adquiriu 1% de participação na Sociedade de Propósito Específico (SPE) Norte Energia S.A, empresa responsável pela implantação e gestão da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

Ian Corrêa, vice-presidente da siderúrgica, diz que “Planejamos investimentos na ordem de R$ 250 milhões para assegura a sustentabilidade energética de nossa usina siderúrgica em Marabá”. Com isso, afirma, “vamos elevar em 20% nossa produção de aço”.

A empresa é responsável pelo plantio de eucalipto em 13 fazendas próprias de reflorestamento localizadas em Araguatins e São Bento do Tocantins, ambos municípios tocantineses.

Mais informações sobre a empresa, clique aqui. Abaixo, a reportagem de Valor Econômico a respeito:

Projetos devem ampliar vendas externas
VALOR ECONÔMICO (SP)
8/4/2011

Os projetos de expansão de pelo menos duas das grandes siderúrgicas instaladas no país devem contribuir para reequilibrar a balança comercial do setor. A ThyssenKrupp CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), aguarda licença definitiva dos órgãos ambientais do governo do Rio de Janeiro para alcançar, até o final do ano, a plena operação e produzir 15 mil toneladas de placas de aço por dia. Com isso, poderá cumprir seu plano estratégico e aumentar em 40% as exportações brasileiras. A Siderúrgica Norte Brasil S.A. (Sinobrás), por sua vez, espera concluir seu projeto de US$ 1,5 bilhão em Marabá, no sudeste paraense, para produzir no Brasil, a partir de 2013, bobinas e chapas de aço que hoje importa para suas atividades siderúrgicas.

No início deste ano, a ThyssenKrupp CSA anunciou investimentos de R$ 100 milhões para se adequar às exigências ambientais, que limitam a 70% sua produção diária. O presidente da empresa, Herbert Eichelkraut informa que a companhia já produziu mais de 1 milhão de toneladas de placas de aço, desde que iniciou suas operações, em junho de 2010, volume enviado para o mercado externo. “Nosso plano inicial era destinar cerca de 60% da produção para a unidade de laminação da ThyssenKrupp Steel nos Estados Unidos (Mobile, Alabama) e os 40% restantes para a da Alemanha, mas essas quantidades podem variar de acordo com a demanda nesses mercados”, explica o executivo.

A estratégia mundial da ThyssenKrupp é ampliar sua participação no mercado do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e atender à demanda das operações do grupo na Alemanha, o que deve ampliar as exportações brasileiras de aço em pelo menos 40%, segundo Eichelkraut.

Embora a Vale – que detém 26,87% da CSA – seja responsável pelo fornecimento de minério de ferro, Eichelkrau não esconde sua preocupação com o aumento de demanda em decorrência do crescimento da China e com a alta dos preços. Para ele, o melhor equilíbrio entre a oferta e demanda global de minério de ferro, só deve ocorrer a partir de 2015.

Maior produtor independente de aço à base de ferro-gusa, associado à sucata de ferro e aço, com o foco no setor de construção civil das regiões Norte e Nordeste, Sinobrás trabalha agora para se tornar também um dos principais fabricantes de laminados a quente, a frio e galvanizados, destinados a outros segmentos da economia nacional. Em parceria com a Vale, o Grupo Aço Cearense, controlador da Sinobrás, deu início este ano às obras de terraplanagem da nova unidade de laminação, em Marabá, no sudeste paraense, e também à contratação dos equipamentos para a futura usina.

O projeto Aline deverá consumir investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão e ficará pronto em meados de 2013. “Com essa nova planta (25% da Vale e 75% da Aço Cearense), a Sinobrás espera não só substituir a importação pela produção própria de bobinas e chapas de aço para suas atividades siderúrgicas, como também ajudar a equilibrar a balança comercial do País”, avalia Ian Corrêa, vice-presidente da siderúrgica. Como resultado dos US$ 400 milhões investidos desde 2008, a empresa opera hoje com quatro unidades operacionais integradas em Marabá. Sua capacidade de produção está em torno de 300 mil toneladas/ano. Além disso, a siderúrgica adquiriu 1% de participação na Sociedade de Propósito Específico (SPE) Norte Energia S.A, empresa responsável pela implantação e gestão da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

“Planejamos investimentos na ordem de R$ 250 milhões para assegura a sustentabilidade energética de nossa usina siderúrgica em Marabá”, diz Corrêa. “Com isso, vamos elevar em 20% nossa produção de aço”, afirma. No ano passado, a Sinobrás comercializou 720 mil toneladas de aço no País, entre planos e longos, para o mercado interno e espera atingir 810 mil toneladas de aço em 2011. A empresa vislumbra bons negócios no mercado nacional. “O setor de construção civil está muito aquecido, especialmente na região Norte e Nordeste, onde está ocorrendo um boom de desenvolvimento econômico e social”, afirma.

A Votorantim Siderurgia, braço de produção de aços longos do grupo Votorantim, segue à risca o cronograma de atingir, até o final deste ano, a produção de 3 milhões de toneladas anuais. Em 2009, a empresa investiu R$ 500 milhões na modernização da usina de Barra Mansa, no sul fluminense, que hoje produz 700 mil toneladas de produtos acabados. Em 2010, entrou em operação a pleno vapor a usina de Resende, também no Estado do Rio de Janeiro. Foram aplicados R$ 1,1 bilhão e a usina ganhou capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de aço bruto por ano e 530 mil toneladas de aço produto acabado.

No momento, a Votorantim investe em uma nova unidade de laminação, com capacidade para 400 mil toneladas, no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, em parceria com o empresário Alexandre Grendene, dono da indústria de calçados Grandene. O valor aplicado é da ordem de R$ 200 milhões, informa Albano Chagas Vieira, diretor-superintendente da Votorantim Siderurgia.

“Nosso plano não contempla nenhum investimento em novas unidades industriais. A intenção é alcançar a projetada expansão por meio de melhorias de desempenho e de produtividade das usinas brasileiras e as da Colômbia e Argentina. Estamos integrando novos ativos para ficar menos dependente de insumos básicos e travar os custos na cadeia de produção”, explica Vieira.

O cenário econômico, segundo ele, é favorável a essa expansão. A produção mundial está em recuperação, atingindo 1,4 bilhão de toneladas em 2010. Na América Latina, o volume produzido saiu de 38 milhões de toneladas em 2009 para chegar a 47 milhões de toneladas em 2010. O Brasil registrou um crescimento de 16% no ano passado, com uma produção total de 44 milhões de toneladas. “No primeiro trimestre, o consumo já teve um aumento de 12%. As projeções até 2016 são de um crescimento acumulado, ano a ano, em torno de 7% no setor de aços longos”, diz Vieira. O grupo apresenta um volume muito pequeno de exportações, mas planeja ampliar as vendas externas quando passar a operar a plena capacidade nos próximos anos. Segundo Vieira, a estrutura de custos do setor siderúrgico é um fator inibidor de maiores avanços.

A ArcellorMittal Brasil, por sua vez, tem investimentos de mais de US$ 1,2 bilhão no país. Esse é o valor apenas do projeto de duplicação da capacidade produtiva – para 2,4 milhões de toneladas por ano – de sua usina de aços longos de Monlevade, Minas Gerais. Uma dos 10 maiores exportadoras do Brasil, a companhia exportou 4 milhões de toneladas de aço em no ano passado (e 4,45 milhões em 2009). No ano passado, a empresa concluiu a segunda linha de galvanização em São Francisco do Sul (SC), investimento que aumentou em 40% (360 mil toneladas) a capacidade de produção anual da usina, que agora alcança 1,4 milhão de toneladas.

 

Comments (1)

  1. Tudo papo furado.veja seguir:
    CAPACIDADE OCIOSA
    Em 4 de julho (valor econômico ):
    Alta do custo ameaça projetos siderúrgicos e país fica inviável para novas siderúrgicas
    O Brasil desponta como o país de maior custo de instalação de usinas siderúrgicas à base de minério de ferro e carvão, ficando longe de China, Índia e Rússia.

    O projeto, de US$ 5 bilhões, em uma área do porto do Açu, no Norte do Estado Rio de Janeiro, que é operado pela LLX, teria perdido viabilidade econômica devido a custos elevados de logística, transporte ferroviário e fornecimento de carvão mineral à usina. Foi desenhado, conforme pré-acordo firmado em 2009 com Eike Batista, para produzir 5 milhões de toneladas por ano de placas (aço semi-acabado) destinadas à exportação.

    Com os alto-fornos rodando a uma capacidade ociosa de 30% e o maior investimento do grupo alemão ThyssenKrupp, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) posta à venda por não dar retorno, investir na expansão do parque siderúrgico nacional vem se tornando um negócio caro e de risco. A usina da Thyssen, que custou cerca de US$ 8 bilhões (média de US$ 1.600 a tonelada), conforme dados de analistas, não tem perspectiva de gerar lucro para seu controlador antes de 2015.

    Desde que entrou em operação, em 2010, a CSA só gerou prejuízos. Segundo publicou o Valor na semana passada, no ano fiscal 2010/2011, a empresa teve perda de R$ 7,97 bilhões. O grupo alemão fez um “write-off” de € 4 bilhões no investimento envolvendo a CSA e uma laminadora no Alabama, EUA, para tentar vender os dois ativos. O valor estimado para os dois ativos é de € 2,7 bilhões na conta do Citigroup.

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