Racismo explícito

A cantora Preta Gil reage: " Sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento, conto com o apoio de vocês".

Salvador – Revolta e indignação. Essas são as palavras que resumem a reação de entidade negras às declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ), no programa CQC, da TV Bandeirantes, em resposta a uma pergunta da cantora Preta Gil, ofensivas a toda a população negra brasileira.

No quadro “O Povo quer saber” do programa levado ao ar nesta segunda-feira (28/03), ao ouvir uma pergunta da cantora, filha do ex-ministro Gilberto, considerou “promiscuidade”, a possibilidade a possibilidade de um homem branco se apaixonar por uma mulher negra. “Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”, declarou Jair Bolsonaro.

O deputado é considerado porta-voz da extrema direita militar e no programa considerou-se admirador de todos os generais que assumiram à Presidência no período da ditadura, incluindo, Médici, Figueiredo e Geisel. Tem expressado posições racistas e homofóbicas.

A apresentadora disse que vai processar Bolsonaro e escreveu no seu Twitter: “Advogado acionado! Sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento, conto com o apoio de vocês. Quando gravei o quadro pro ‘CQC’, a produção me pediu que fizesse uma pergunta ao deputado Jair Bolsonoaro. Fiz a pergunta, e não vi a resposta dele”, contou Preta pelo microblog.

Também a vereadora Olívia Santana, do PC do B, da Bahia, disse que as declarações de Bolsonaro configuram ato explícito de discriminação racial. “Estas declarações representam o posicionamento reacionário deste deputado. O que ele faz em Brasília é um desserviço para a Nação. Não vamos permitir que esta atitude discriminatória passe impunemente. Racismo é crime e o deputado deve ser penalizado por isso. Falo isso, como cidadã e mulher negra” ,afirma Olívia, integrante da comissão de Reparação da CMS e uma das fundadoras da UNEGRO – União de Negros pela Igualdade, corrente política dos militantes filiados ou ligados ao PC do B.

A vereadora acionou sua assessoria jurídica e disse que está tomando todas as providências necessárias para entrar com representação no Ministério Público contra o deputado. “Ele não ofendeu apenas Preta Gil, e isso já seria o bastante, mas todas as mulheres negras deste país. Ele deve ter o seu mandato cassado, já que quebrou o decoro parlamentar e cometeu um crime em rede nacional. Utilizou uma concessão pública para ofender toda nação brasileira”, destacou a vereadora.

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